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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025
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A desventura de Fritz Walter

A quase uma tragédia...

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
A desventura de Fritz Walter
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Fritz Walter  e sua desventura

               Aproveitando do “frio polar” que fomos acometidos neste início do mês de julho, onde os termômetros registraram temperaturas, em diversas localidades, beirando a zero grau, como em São Lourenço, MG, e adjacências, aliás, coisa que a muito não ocorria, me trouxe a lembrança um episódio narrado pelo meu saudoso pai,  Luiz Ayres, quando nos idos de 30, presenciou uma cena que na ocasião, foi motivo de grande tensão junto aqueles que  ali participaram do inconsequente momento, que por pouco não causou uma tragédia, em que o estúpido alemão, querendo se “mostrar” aos colegas caixeiros viajantes, se submeteu a entrar debaixo do chuveiro,_ naquela ocasião não existia chuveiro elétrico, a não ser por serpentina que passavam pelo fogão a lenha aquecendo a água em caixas de metal a mantê-la sempre quente para utilização – no início da madrugada, onde segundo o termômetro do hotel em que se encontravam, registrava, na cidade de Maria da Fé, MG, menos 2,5 graus negativos. Como adendo a este registro, Maria da Fé naquela oportunidade, era uma das mais frias cidades brasileiras e a mais fria de Minas Gerais. O que até  hoje vem mantendo o mesmo título.

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               O grupo que normalmente  após o jantar, costumava se reunir a prosear na praça da estação, a contar suas bravatas, suas fanfarronices, e outras tantas falácias, inclusive amorosas e “dom juanescas”, entre bebidas fortes visando amainar o frio reinante, em que a aguardente era o” cobertor”, além das roupas de lã, poncho entre outras alternativas, como fogueira improvisadas em latões com carvão a aquecer a roda que papeavam.

               Nisso, de súbito chega-se ao grupo, Fritz Walter, a retirar seu chapéu enterrado à cabeça até as orelhas, e pede ao copeiro do bar uma garrafa de aguardente. Atendido,  vira-se ao grupo, sem antes dizer que era pra refrescar, pondo goela  a baixo o líquido solicitado quase até meia garrafa.  Arrotando a bebida, disse que hoje estava muito esfogueado e nada melhor que um banho para acalmá-lo. Um dos amigos ali presente, talvez querendo por a prova a saúde do alemão, duvidou de que seria capaz de se banhar àquela hora da madrugada, com a temperatura na casa  dos dois graus negativos. Luiz que ali proseava, com receio de que o estúpido do germânico cometesse tal absurdo, mesmo segundo apregoava, foram diversas vezes que se submeteu a esta atitude na sua Alemanha, onde a temperatura era bem mais fria a que estamos passando agora aqui, portanto nada de anormal ocorreria, pois a saúde de um saxão daquela região entre o Reno e o Báltico, extravasava de forte, era um povo superdotado, só morria mesmo de velhice ou acidente. Era o que se dizia na ocasião!

               Foi combinado que Fritz Walter tomasse seu banho no chuveiro externo do hotel, já que o interno, poderia ainda ter algum aquecimento na caixa d’agua e não seria válida a prova. Luiz insistia que o colega não fizesse este absurdo, pois poderia lhe causar alguma consequência danosa a sua saúde e até mesmo uma reação pelo contraste de temperaturas, já que se livraria das suas roupas e agasalhos sob a gélida agua, cujo cano já dava sinais de congelamento. Despojados de suas vestes, apenas mantendo sua cueca vestida, foi aberta a torneira e a agua põe-se a cair sobre o alemão, que aos pulos e urros procurava manter-se em total tremedeira, quando dobrando os joelhos, a apoiar-se na torneira, desaba no box, sendo acudido por colegas a retirá-lo do local. Tomado pela tremedeira, com  as vistas semicerradas, tendo as partes periféricas do corpo como; mãos, pés, orelhas e lábios arroxeados, o  conduziram ao interior do hotel sendo envolvido por cobertores, objetivando recuperar seu estado crítico de saúde. Aquela noite permaneceu sob  vigília dos colegas e muito leite quente ministrado o tempo todo e até copos de conhaques e agua ardentes se fizeram presentes.

               Depois desta refrega, Fritz Walter, nunca mais  quis contar suas vantagens pessoais, inclusive agradeceu ao amigo Luiz por haver tentado dissuadi-lo daquela estupidez praticada...Foram dez dias a curar-se da pneumonia...Seu trabalho com esta asneira praticada, acabou prejudicado, já que se viu obrigado a permanecer internado na Santa Casa por uma semana e com isso seus fregueses permaneceram neste período sem a sua presença e em consequência veio lhe causar um bom prejuízo...

               Moral da História: O exibicionismo, tão comum ao ser humano, sempre cabe uma reprimenda, pela consciência num chamamento a evitar consequências danosas, aquele que se exibe, pois poderá recair numa grande tragédia, cuja volta às vezes pode ser bem tardia, ou mesmo sem volta...

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