A ingenuidade ilimitada
Existem momentos que ocorrem durante o nosso cotidiano, que os consideramos, se não acontecerem conosco ou vivenciamos, como sendo piadas tal o humor pela ingenuidade explícita que o ato em si desenrola. Baseado nesta premissa, passo a descrever um episódio narrado por Marlene, -- uma profissional ligada ao turismo – que tem como atividade ser guia de excursões de renomada empresa. Entre inúmeros fatos; uns aqui já descritos, resolvi expor o que na verdade, não deixa de ser até certo ponto comparável a uma piada. Diga-se de passagem, que atualmente este hábito tem sido bem recorrente entre as mulheres, pelo menos é que escuto dizer.
“No ônibus de turismo o qual trabalhava, que os conduzia numa excursão às cidades históricas mineiras, de repente uma mulher se chega a Marlene a solicitar sua presença à parte de trás do veículo. Atendendo à solicitação, lá foi ela sempre risonha saber o motivo de sua presença. Assim que se curvou junto a tal mulher, sentiu um odor estranho no ar. Procurando falar quase a sussurrar, a passageira pediu que verificasse o que havia de errado com a mulher; apontou à poltrona do seu lado esquerdo, depois da utilização do toalete por algum tempo e, no retorno, passamos a sentir um cheiro característico de que algo não ia bem. Em princípio atribui por ser pela abertura da porta do toalete, o que seria natural, embora fosse desagradável e podemos até achar de esquecimento no acionamento da descarga, mesmo dada às possíveis circunstâncias fisiológicas.
Marlene pedindo um tempinho retornou ao seu lugar e, pelo número da poltrona, verificou de quem se tratava. Vilma era o seu nome. Cinco minutos se passaram, após verificar às horas e ver que á parada do ônibus ainda faltavam 40 minutos, ergueu-se e foi até Vilma com a espinhosa missão de saber o que havia de anormal. Procedendo da mesma forma, curvou-se e ficou, logicamente, a conversar com a mulher.
Mostrando-se acanhada e sem ação perante Marlene, disse que tentava aguardar a parada do coletivo para expor seu drama. Mas sendo assim, solicitou que a emprestasse uma calcinha até a parada, já que a sua estava embrulhada suja no saco plástico. Marlene pega de surpresa, disse que não tinha no momento, pois as mesmas estavam na mala no bagageiro externo do ônibus e solicita da mulher, que aguardasse todos descerem durante a parada, que a ajudaria a apanhar sua peça em sua mala no bagageiro. Para surpresa maior, foi quando a ingênua criatura olhando-a, um tanto sem graça, diz que não trouxe nenhuma, pois não esperava que tal coisa poderia acontecer. Retrucando, Marlene espantada a indaga se ela não tinha o hábito de usar calcinhas, pois além de ser necessário, faz parte da nossa higiene diária. Limitando-se a sorrir, responde que numa se ligou nessas coisas. “Um tanto aborrecida, Marlene a deixou, apenas exigindo que pelo menos no toalete, em que efetuaremos a parada lavasse a peça suja, bem como suas partes íntimas no intuito de evitar reclamações futuras por pessoas que não são obrigadas a conviver com odores desagradáveis”.
“Segundo Marlene, o drama foi causado pela falta do hábito em usar calcinhas, pois ao se utilizar do toalete do ônibus, atrapalhou-se ou esqueceu que naquele momento a usava e deu no que deu...”
Moral da história: Às vezes a ingenuidade, é decorrente de uma naturalidade espontânea num gesto, numa atitude, numa palavra, num ato, que quando praticado, nada ao praticante significa, mesmo em detrimento de outros a ter de compartilhar com esse tipo de coisa.
Ah... Esses “turistas ditos ingênuos”, alheios ao que possam acarretar a si próprio instantes de talvez, pura ingenuidade, são sem dúvida acima de tudo muito pitorescos, mesmo que venham nos proporcionar momentos bem hilariantes como uma deliciosa piada, no que pese ser neste episódio, mal cheiroso...
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