A lição não assimilada corretamente...
Em caminho à cidade de Conservatória, RJ, e já dando sinais de que a fome se fazia presente, optamos por almoçar entrando à cidade de Mendes. Ao chegarmos ao restaurante, cujo aroma penetrante bem apetitoso fustigava ainda mais o apetite, quando escolhíamos uma mesa entre tantas ocupadas, um senhor erguendo o braço a gesticular, nos chamou atenção, seguido do meu nome formulado, oferecendo-nos sua mesa. Estranhando o oferecimento, pois não me pareceu pessoa de minha relação e tão pouco sua acompanhante não ser conhecida de minha mulher, chegamos a sua mesa. Insistindo a nos sentar e dar o prazer da companhia no almoço, apresentou-se como um leitor assíduo do jornal regional e estava tendo a oportunidade desse encontro, o qual a muito desejava. Diante das circunstâncias e ser indelicado à recusa do oferecimento, aceitamos o honroso convite.
Com as apresentações concluídas, os pedidos solicitados ao garçom, as formalidades naturais e entre curiosidades sobre a temática das nossas crônicas, o leitor fiel resolveu recordar um fato em especial, que possivelmente tenha se transformado em crônica, em que um casal em Goiás fora vítima pela negligência e estupidez envolvendo-se seriamente com a polícia, ao transportar de carona uma humilde velhinha, após ser parado numa blitz, onde a senhora conduzia drogas. Pois é, este casal eram eles, que agora a nossa frente participávamos de um encontro inesperado depois de anos.
Segundo nos contou, foram meses de agruras e tensões por ter praticado aquele gesto caritativo, a se livrar da acusação e ser considerados inocentes. A cada presença judicial acompanhado do advogado, vinha à mente a minha lembrança, a qual eu neguei dar corona a “velha maldita” e que de forma arrogante e prepotente ele havia me criticado e chamado de insensível por haver me negado. Em consequência dando uma de caridoso, a me ofender, se ofereceu a conduzi-la, sem atentar para o risco que estaria correndo pelo “gesto Humanitário” praticado.
Hoje, depois da lição recebida e já reconhecer-me pela foto no jornal há algum tempo, não via o dia em poder encontrar-me a fim de pedir desculpas, mesmo tardia, pela grosseria com que me tratou àquele dia fatídico no hotel em Goiás, em que a lição foi de fato assimilada . Deixando o simpático restaurante, ao nos despedirmos, nos ofereceram sua casa ali em Mendes, onde teria o prazer em nos receber. Sorrindo, agradecemos ao oferecimento e o gozei a dizer, que a lição não foi bem assimilada. Pois será que sou isento de qualquer suspeita? Gargalhando, nos abraçamos e seguimos os nossos destinos...
Moral da história: Nunca é tarde para se reparar um erro, quando se possui verdadeiramente, um sentimento nobre a reconhecer o quanto de errado foi, ao praticar uma empáfia arrogante.
Ah... Esses turistas quando se julgam senhores de si, são sem dúvida muito pitorescos, mesmo se redimindo de suas prepotências, por um erro cometido há anos atrás e agora se desculpam
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