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Sabado, 07 de Setembro de 2024
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A poesia que imperava no passado...

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José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
A poesia que imperava no passado...
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A poesia que imperava no passado...

            Às vezes me ponho a pensar, em como o tempo e as pessoas vem se modificando de forma crescente, se traçar um parâmetro, não muito distante, talvez de pouco mais de cinco décadas atrás, onde a sinceridade, a retidão, a integridade e honestidade eram sentimentos naturais em um ser humano, em que a palavra dada possuía de fato, certa confiança e credibilidade sobre uma verdade a ter como provas junto às mais variadas circunstâncias, mesmo tratando-se de dinheiro em espécie através do transporte ferroviário.

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            Partindo desta premissa, recordo-me de um episódio narrado por meu saudoso pai, Luiz Ayres, ocorrido à década de 40, quando passou pela cidade de Campanha, MG, em busca de aquisição de queijos e laticínios ao seu negócio, dada  a influência da guerra, cujo fato seu primo Manuel; o responsável pela tesouraria do Ex-- banco Mineiro da Produção, se viu em situação embaraçosa por ser funcionário da empresa. Àquele dia, fora escalado pela  gerência regional, a proceder o recebimento dos malotes de valores que chegariam através do trem,  remetido do Rio de Janeiro, como era de costume quando o volume de malotes eram considerados urgentes e valiosos.

Por volta das 20 horas, Manuel e Luiz a acompanhá-lo, se chegam a estação férrea a aguardar o trem, que segundo o  “velho Paixão” chefe da estação, estava atrasado. Já passavam das 21 horas,  quando ao longe se observa o possante farol a cortar a noite, seguido de dois apitos e logo a seguir entra na reta lançando fumaça, fagulhas e os vapores da Maria fumaça que enfim aporta à plataforma. Dirigindo-se ao carro correio, Manuel é cumprimentado pelo chefe do vagão, que o passa a documentação referente aos malotes e penetra no vagão. Todavia, Luiz que o aguardava à plataforma, estranha a demora de Manuel. Mas logo em seguida junto ao chefe do vagão postal, descem a plataforma à procura de Paixão, que os atende de imediato.

 Manuel assustado e óbvio, preocupado, solicitou de Paixão, que não liberasse a composição, pois um problema foi criado; ou seja, a documentação do banco em Cruzeiro registrava 8 malotes; sendo 2 de documentação administrativa e 6 de dinheiro vivo, num montante de 2.500.000 reis. Entretanto só constam 7 malotes, faltando 1 com dinheiro. O chefe do carro, dizia que havia confiado no representante do banco em Cruzeiro, na ocasião da baldeação ao entregá-lo a documentação a qual passou recibo. Portanto, entrando em desespero, pedia a presença do Destacamento Policial visando comunicar o “possível roubo”  e telegrafasse de imediato a Cruzeiro a saber o que houve com o malote do dinheiro desaparecido.

            Evitando não atrasar o trem ainda mais, por ordem de Paixão, foi determinado que o carro postal permanecesse em Campanha não seguindo a São Gonçalo do Sapucaí, até que o caso fosse solucionado. Com isso Manuel, Luiz chamado a fazer parte do grupo, Paixão e o Chefe do vagão postal ficariam no interior do carro guardando os valores.

            Mal o dia clareou, Paixão é solicitado na administração, pois havia um telegrama passado da estação de Cruzeiro, dando conta que houve um engano à emissão do documento  e que na verdade seriam 7 malotes e não 8 como vem constando. Mas o montante exposto  estava certo. Claro que  foi um alívio a todos os envolvidos e os malotes foram liberados e levados ao banco e procedida a recontagem da importância que bateu com o exposto.

            Manuel já em casa, depois de degustar um café bem farto com o primo Luiz,  que também aliviado ao saber que tudo correu  a contento, saiu  como nada houvesse acontecido para o seu trabalho, com Luiz a sair em campo à procura de seus queijos e laticínios a correr  de cavalo  as fazendas  produtoras.

            Moral da história:  Como foi fácil, em termos, resolver um “suposto roubo”, com apenas a prevalência das palavras dos envolvidos, onde a credibilidade e a honestidade das pessoas valeram como provas sem que houvessem qualquer dúvidas, a não ser uma noite no interior de um vagão e a certeza que fatos com esses não se repetiram quando se tem retidão  e acima de tudo respeito pelo seu semelhante...

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