A vida “privada” de Dona Celite
O frio naquelas férias de julho à cidade de Lambari estava intenso com as temperaturas noturnas oscilando à casa dos +2º graus, o que evidente tornava bem convidativo o aconchego interno do hotel. Baseado nessa imposição climática, a administração organizou um torneio de “buraco” entre os aficionados do jogo, no intuito de proporcionar um lazer alternativo aos hóspedes, premiando os três primeiros com redução em abatimento das suas diárias.
Formadas as duplas dos participantes e sorteada à ordem de entrada nas mesas pelo processo de eliminação dos perdedores, durante a tarde, foi instituído para às 20 horas o início das disputas, de conformidade com o jogadores previamente cientes das obrigações, após o jantar.
Na hora prevista, a maioria já se encontrava à sala de jogos, apta a iniciar as partidas. Entretanto, faltavam ainda alguns jogadores a compor suas parcerias, que aos poucos foram se chegando e integrando-se ao clima alegre do torneio. Acomodados às mesas, os pares aguardavam a ordem de iniciarem as partidas em três rodadas de 2.000 pontos, quando o coordenador deu por falta de um participante que faria dupla com um cidadão, tido no hotel como pessoa de comportamento bem humilde, tal a introversão que apresentava pelo acanhamento e ser encabulado. Prova foi, que mesmo observando a falta do parceiro, nada mencionou a ficar na expectativa que alguém notasse. O responsável verificando a falta do ausente, solicitou do parceiro que o fosse chamá-lo ao seu quarto, no que o fez.
Passado alguns minutos, quando já se demonstrava uma certa impaciência, adentra ao salão o humilde parceiro, a dizer que seu Roberto, seu parceiro , logo, logo estaria presente, pois teve um compromisso imprevisto, onde assuntos abordados seriam virtualmente complicados e dolorosos e, de certa forma mal cheirosos, junto a sua” companheira” diária, dona “CELITE ROSADA”, que àquela hora era contatada pela 3ª vez devido as exigências da D. “Magnesiana”.
Perante uma risada geral, o cidadão sem entender o motivo, estático e ainda acanhado ao meio da sala, indaga do coordenador se havia dito algo de errado a causar tanto riso. Sorrindo, o cidadão o esclareceu: -- Recado dado pelo seu Roberto, que você não entendeu, é que o mesmo estava acometido de um processo diarreico agudo pela ingestão exagerada da agua mineral magnesiana; ou seja, uma tremenda dor de barriga. A D”.CELITE ROSADA”, nada mais é, do que a famosa marca do vaso sanitário, cuja cor na sua suíte é rosa...
Moral da história: O excesso de humildade, acanhamento, por mais sublime qualidade que possa ser, às vezes, proporcionam instantes desconcertantes junto aqueles que as passam, como também momentos de indelicadeza aqueles que delas tripudiam...
Ah... Esses “turistas ingênuos” que não possuem a perspicácia para distinguir uma verdade, de um toque malicioso pelo duplo sentido, são de fato extremamente pitorescos...
Ps. O nome Celite, para quem não se recorda, era a marca de uma louça sanitária (Latrina)
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