Apenas serão coincidências?
Tem fatos na vida da gente que ocorrem e presenciamos, a nos levar a repensar o quanto representam de misteriosos, por serem dotados, pela coincidência verificada, em que a superstição venha se tornar como o elo de ligação dessa, por vezes, ocasionais ocorrências, as quais nos deixam até perplexos, diante da ocasionalidade que o momento demonstra.
Participávamos descontraídos de uma caminhada pelos recantos turísticos da cidade de Poços de Caldas, MG, em companhia de dois casais os quais fizemos amizade pela convivência no hotel, em que o compartilhamento turístico se fez presente, se estendendo durante nossas estadas na cidade, com as amizades se tornando presente diuturnamente, quando ao atravessarmos um cruzamento, um dos cidadãos, resolveu encurtar o trajeto, a fazê-lo em diagonal a travessia. Sua mulher, entretanto, o alertou a que não procedesse desta forma, pois poderá atrair os “espíritos malignos” que vagueiam por estas áreas urbanas e que com isso poderia sofrer represálias bem negativas. Rindo a dizer que era mais ele, prosseguiu no intento mesmo sob protestos de sua zelosa mulher, que o alertava no risco de ter sua vida complicada por algumas dessas maléficas criaturas.
Ao nos juntarmos e seguir à calçada oposta, ainda a ouvir as lamúrias que eram por ele tripudiadas, de súbito tropeçou numa falha da calçada estatelando-se ao chão, onde teve os joelhos e mãos esfolados e um pé do tênis rasgado. Ao deixar a farmácia depois de medicado e adquirir novo tênis, o que não ficou barato, seguimos a caminhar, em que foi, mais uma vez gozado e criticado com certa austeridade por sua mulher a evitar novos problemas e desafios. De regresso, assim que deixamos o quiosque depois de deliciosa água de coco a recompor as energias, quase próximo, uma escada aberta sobre a calçada atendia um operário que sobre a marquise da padaria trabalhava. No que pese a ausência do trabalhador, a escada tinha um pano vermelho desfraldado, alertando aos transeuntes do posicionamento da escada numa possível desatenção. Mas o nosso amigo, querendo dar uma de “gozador “e dando de engraçado, resolveu passar sob o vão da mesma, tentando provar que o tombo ocorrido apenas fora mera coincidência e que essas crendices não passam de babaquices. Novamente com as observações da sua mulher e risada do casal a incentivá-lo à travessia, o teimoso e destemido cidadão, efetuou sua vontade desdenhando da superstição, dizendo que o tombo fora apenas um coincidência. Mas por obra do acaso ou não, assim que cruzou o vão da escada, um pequeno enxame de abelhas, procedente da marquise, cujo operário se encontrava a expulsá-las, o atacou ferozmente provocando que disparasse calçada afora se debatendo a se defender do ataque e ferroadas, que alias não foram poucas. Retornando a farmácia, onde fora já um usuário e que sorte fora atendido por um médico, que depois de medicá-lo e “ali por acaso se encontrava”, o recomendou que fosse ao hospital da cidade, pelas dolorosas ferroadas e inchaços pelo corpo, em que deveria permanecer em observação. ““Triste e acabrunhado, acabou sem mais desdenhar,” ou mesmo a dizer que era mais ele.” Um tanto desarticulado, expondo um semblante de poucos amigos, onde com vários inchaços decorrente das dolorosas ferroadas, seguimos ao atendimento hospitalar, em que foi obrigado a permanecer sob observação por cerca mais de duas horas.
Moral da história: Supersticioso ou não, respeitar uma crendice popular é o mesmo que tomar caldo de galinha, pois não faz mal a ninguém.
Ah... Esses “turistas descrentes” quando suas presepadas são contestadas, por fatos reais que os deixam surpreendidos diante de situações inusitadas, são na verdade muito pitorescos e nos causam certa apreensão as quais somos obrigados a refletir... Antes que sejamos surpreendidos pela coincidência, ignorando uma possível superstição...
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