Axé e o mico soteropolitano...
Embora reconhecendo que entre os episódios descritos nas mais de 650 crônicas, sendo apenas 350 publicadas nos diversos espaços onde as escrevo, possa haver alguma semelhança por ser baseada pelo mesmo elemento causador do humoroso fato, mesmo existindo um toque diferenciado sobre eles, procuro descrevê-los visando além do humor, mas também mostrar a quantas andam as reações de cada personagem em cada “mico” por eles pagos e vividos no comportamento durante suas andanças turísticas.
Assim sendo, recordo-me em uma oportunidade, quando vinhamos de esplêndido tour à serra gaúcha, relaxados naquele Boeing 767 com destino ao Rio de Janeiro, quando na escala de Curitiba aguardávamos à decolagem, um cidadão à poltrona ao lado, que acabara de embarcar, segundo um turista procedente de Foz de Iguaçu com destino a Salvador, soltou o cinto a erguer-se tentando ir à direção das comissárias. Ao vê-lo de pé, uma das moças veio rápida de encontro a ele obrigando-o a sentar-se. Relutando-se a fazer, o aluado turista disse que precisava falar com o comandante, antes de a aeronave partir, pois havia um problema a bordo a resolver. Exclamativa, a moça indagou qual seria, já que estava ali para isso, ou seja; atender prontamente aos passageiros.
Sem jeito sempre com a mão sobre a boca, recusou-se a dizer insistindo em ir à cabine, e, ergueu-se novamente, no que foi contido pela frágil mulher. A usar de truculência, a empurrou tentando caminhar, quando foi impedido pelos outros colegas comissários.
Impossibilitado pela ação de seguir à cabine, então revelou o problema. Preocupado em não perder o voo, se viu na necessidade de utilizar os sanitários do aeroporto. Só que a extensão da utilização foi complicada e demorada. Ao ouvir a última chamada pelo sistema de som, na pressa, quando passava a usar o lavatório, lembrou-se da sua mochila deixada no box do sanitário e foi apanhá-la. Preocupado e aturdido, deixou em disparada o toalete. Em consequência esqueceu sobre a pia, sua mobília superior (dentadura) e só dando por falta já dentro do avião. Por isso queria falar com o comandante que permitisse sua ida em apanhá-la antes da decolagem, ou então avisasse pelo rádio a administração, que apanhasse a peça e remetesse via SEDEX para sua residência em Salvador, BA,.
Não poderia deixar de ocorrer, junto aos que ali, observavam, talvez um tanto preocupados levados pela tensão que na ocasião havia por sequestro de aeronaves, após ouvir a revelação do soteropolitano, uma unissônica gargalhada veio aliviar a tensão pelo tumulto. Afinal a neurose de 11 de setembro ainda é e será uma realidade por longo tempo aos usuários de aviões...
Moral da história: Avião não é ônibus, aeroporto não é rodoviária, muito menos piloto não é motorista e paciência tem limitações...
Ah... Esses “turistas Aluados”, acostumados a ter suas vontades satisfeitas, mormente, quando têm nos seus tour a paciência dos motoristas em aceitá-los como são, mas ao verem-se num avião achando que é tudo igual, são de fato uns aluados a nos presentearem com momentos bem pitorescos pelos “micos” que pagam sem a menor cerimônia...
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