Bandeirolas? Não, calcinhas!!!
Hospedados num hotel três estrelas à cidade de Campos do Jordão naquele final de semana do mês de outubro, em que comemorávamos mais alguns anos de casados, e passamos a desfrutar das mordomias oferecidas, que à primeira impressão, denotavam certa dose de esnobismo e sofisticação por parte de alguns hóspedes. Com a decorrer do convívio, observamos que nem tudo se mostrava como se imaginava, já que algumas pessoas se apresentavam descontraídas e bem comunicativas, embora houvessem exageros e irreverências pontuando, o que não deixa de existir nesses encontros turísticos.
Um grupo de três casais que primavam por requintado e esnobe procedimento, seja onde fosse ou estivesse, fechado no seu “clã” impenetrável, mantinha-se sempre a observar aos tranquilos hóspedes a proceder a críticas, quando algo acontecia que considerassem fora dos padrões por eles atribuídos.
Essa “vigilância” constante, acabou suscitando algumas reclamações, que causou certo clima constrangedor e antipático. Afinal a administração tem por normas acatar o que o hóspede lhe solicita, seja certo ou errado, para poder contemporizar as partes, embora muitas vezes pesando pelo lado econômico o grau de acatamento da solicitação. Na questão presente, segundo soubemos, baseava-se no comportamento inadequado à borda da piscina, como: gritarias, risos exagerados e espalhafatosos, palavras chulas, enfim atitudes que viessem denegrir o seleto hotel e interferisse à “classe sofisticada” do tal “clã” esnobe e, porque não “cricri”. Mas como tudo na vida tem o seu troco, àquela noite o gerente se viu em palpos de aranha diante de uma reclamação, que de certa forma fazia sentido, tal o constrangimento que causava àqueles que a visualizam ao chegar à frente do hotel deparando com as bandeirolas expostas.
Os três apartamentos ocupados pelos “casais requintados”, à frente do hotel, bem acima da entrada do prédio, nos basculantes, tinham como estandartes ou mastros, como queiram, dependuradas nas aletas de madeiras, calcinhas, postas a secar. Ora, essa atitude além de ser extremamente anti-higiênica, era um ato inconsequente e indecoroso, afinal depunha contra a dignidade e o decoro do hotel e seus hóspedes, mais parecendo a um prostíbulo!!
Acatando as normas, não atinando ao porque da reclamação, atribuindo a um procedimento mais que natural, sob protestos, as ”dondocas” retiraram sua bandeiras, digo; calcinhas, o que em consequência passaram ser vistas como além de relaxadas e porcas, também como as donas do pedaço, sendo motivo de chacotas às rodas de bate papo.
Moral da história: Protestar, reclamar contra determinadas atitudes, só porque não coadunam com a nossa distinção, é um direito pessoal de cada um, todavia há que se dar ao respeito para que esses protestos não passem por meros sussurros diante de atos notadamente, indignos praticados pelo protestante...
Ah... esses “turistas levianos” que fazem da suposta educação e requinte a sua bandeira, mas quando o pendão da leviandade é ostentado acima dessa flâmula de dignidade, o drapejar do ridículo se evidencia nos proporcionando instantes bem pitorescos...
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