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Sexta-feira, 11 de Outubro de 2024
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Coincidência foi a prova viva..

60 anos depois !

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
Coincidência foi a prova viva..
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Coincidência foi a prova viva...

Coincidência é um verbete, por ser um ato cujo estado em coincidir simultaneamente duas  coisas ou mais acontecimentos, é muito comum em nossas vidas acontecer e por isso, o   classificamos de milagre, acaso, sorte e outros. Baseado neste detalhe, me veio recordar um momento o qual o responsável pela molecagem foi um jovem estudante do  Colégio Marista São José à cidade de Varginha, aluno do internato, que tinha suas folgas a cada fim de semana, dependendo do bom comportamento durante a semana em curso. Seu nome; Paulo Cesar.

            Na ocasião, por volta do ano de 1954, Paulo Cesar numa de suas viagens de fim de semana, ao Rio de Janeiro, resolveu adquirir um produto que na época se fazia bem desagradável, pelo odor intragável exalado, cujo cheiro se assemelhava em muito as flatulências, (peidos). Onde era utilizado, causava bastante confusão, dado ao nauseante odor e tinha sempre uma vítima para ser acusada de porcalhão.

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            Este produto que era adquirido às bancas de camelôs nas calçadas do centro da cidade, passou a ser a coqueluche do momento, entre os jovens, principalmente aqueles que eram chegados a uma brincadeira. O produto era conhecido como: peidão, barbante cheiroso, gambazinho e outros que não me recordo e constituído de um pedaço de barbante de algodão de mais ou menos 8cm, banhado em uma substância, não sei se era ácido sulfúrico, que  aceso  a uma uma das extremidades igual a acendedura do cigarro, que ia queimando  sem produzir muita fumaça e apenas a exalar ao ambiente o forte cheiro fedorento

            Paulo Cesar conseguiu deixar o colégio em polvorosa, a causar problemas entre os ditos alérgicos. Seu barbantinho foi lançado em várias áreas e dependências do colégio, sem que conseguissem descobrir o motivo. Mas no dia do embarque na sexta-feira pelo expresso das 15 horas, lá estava Paulo Cesar à sua poltrona portando um livro comportavelmente aguardando a partida.

            Com o trem já em viagem, Paulo Cesar, deixou seu lugar dirigindo-se ao toalete e lá como não poderia deixar de ser, colocou dois barbantinhos sobre um travessão no local que tinha um respirador com acesso o hall do vagão. Retornando ao seu lugar, se pôs a ler o livro. De repente um cheiro forte tomava conta do vagão, fazendo com que as toses, pigarros, sopros, espirros e abanos aos narizes serem frequentes, a ponto de se iniciar  alguns comentários contrários ao fedor exalado, que passou atormentar aos pobres passageiros indignados, a procurar o dito “peidorreiro”.

            Com o furdunço formado, aonde não se chegavam a um bom censo, Paulo Cesar, sem tomar conhecimento da coisa,  de cabeça baixa na leitura , apenas ouvia o que era dito, sem atentar na  complicada  confusão, quando um cidadão chega-se a ele, e indaga se não estava sentindo o cheiro que empesteava o ambiente e por isso o atribuía ser ele o causador da discórdia reinante. Negando de qualquer envolvimento, sem muito argumento em sua defesa, fechou e guardou o livro na mala e saiu em direção ao toalete, onde colocou mais dois barbantinhos. Não demorou ao sair do reservado, viu que o furdunço atingira as raias das vias de fato com troca de empurrões, agressões mutuas etc... Apavorado, atribuindo que iria sobrar para ele, deixou o local indo se posicionar em dois vagões à frente, pois passou a ter medo de ser lançado fora do trem, pois no outro vagão já havia confusão e ficou a rezar pedindo a São José que o livrasse de ser jogado fora do trem... E que logo chegasse a Cruzeiro para a baldeação ao Rio  de Janeiro...

            Pois é, veja você o que é a coincidência, ao receber um e-mail de um cidadão natural da cidade de Viçosa, de nome Otolograno Ferretti que além de me agradecer pela crônica, e por conhecer o autor daqueles barbantinhos ser o Paulo Cesar, um colega de classe, do curso ginasial, o qual nunca imaginou ser o autor daquela brincadeira no colégio e só veio, a saber, agora já depois de mais de 60 anos... Foi realmente muita coincidência...

            Agora eu pergunto seu José Luiz, o senhor conhece  ou conheceu o Paulo Cesar? Por isso saber deste acontecimento, que até onde eu sei, ninguém conseguiu saber o autor!

            O que posso dizer, realmente, amigo leitor Otolograno, que Paulo Cesar Cardoso, morou na nossa vila em Vila Isabel durante vários anos até se casar, quando deixou o local e nunca mais soubemos do seu paradeiro. Mesmo ainda um menino, era ligado a ele, pois costumava levar para passear sua cadela pastora de nome Nanica quando de sua ausência colegial. Provavelmente tenha me contado esta passagem, pois recordo que me deu um desses tais barbantinhos, que o utilizei no armazém do seu Praxedes e que causou uma confusão danada...

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