Comeu a farofa e engasgou-se com os ovos
Num fim de semana prolongado por um feriado, depois de muito insistir a que nos desfrutássemos da hospitalidade da sua casa à cidade de Mangaratiba, RJ, localidade litorânea sul fluminense próxima à Ilha Grande, optamos por aceitar o convite do casal de amigos e lá fomos nós curtir a bela região.
Na primeira noite, após um dia exaustivo curtido pelos belíssimos recantos do deslumbrante litoral, de inesquecíveis praias de mar aberto e deliciosa moqueca de badejo e variados petiscos do mar ao almoço, encerramos as atividades. Relaxados, já com a noite presente, resolvemos nos distrair com um jogo de carteado de tranca, quando em meio ao jogo, um telefonema da delegacia solicitou do nosso anfitrião – que era o delegado titular – o seu comparecimento urgente à repartição. Como o tempo foi passando sem que ele retornasse, e dado o adiantado da hora, resolvemos todos ir dormir.
Pela manhã, durante o café matinal, já com a presença do nosso delegado que havia retornado em plena madrugada, ficamos sabendo o que acontecera. Um grupo de excursionistas, segundo ele, farofeiros, transportado por um velho “ônibus pirata”, acampou numa das praias onde “teria” como finalidade desfrutar de pescaria durante a noite. Mas como normalmente acontece nestes agrupamentos, dada a natural friagem oriunda do mar, a ingestão do álcool torna-se o ingrediente fundamental e suas consequências costumam, às vezes, extrapolar a sobriedade a trazer bastante complicações. E aquele grupo não fugiu à regra aprontando das suas.
“Depois de um tratamento cachaçal”, onde os peixes fisgados, na brasa eram meros “aperitivos”, a maioria dos “pescadores” já se encontrava pra lá de “pinguçados” estendidos e jogados na areia. Todavia alguns deles, os mais prevenidos, talvez pela incidência da brisa marinha, resolveram se acomodar no interior das barracas se enfurnando nos seus sacos de dormir.
De repente numa das barracas, um sururu eclodiu entre sopapos e bate-boca generalizando-se por todo o acampamento com trocas de insultos, em que palavrões eram simples verbetes, e, a “roupa suja” passou a ser lavada. Em suma, aquele furdunço foi acabar na delegacia, graça à ronda noturna da polícia que detectou em tempo o entrevero, que poderia ter trazido graves consequências.
O motivo, foi que um dos “farofeiros”, esperto, resolveu dar uma de Casanova, penetrando numa barraca onde bela e fogosa morena se encontrava dentro do saco de dormir, e introduziu-se de mansinho como seu marido fosse... Só que o verdadeiro, mesmo de “fogo”, quando chegou constatou o engano do amigo e deu no que deu... Chifradas pra todo lado e baixaria total, com a intervenção da polícia e todo mundo levado a delegacia, pois houveram muitas agressões físicas.
Moral da história: A farofa, jogada na fria brisa marinha foi acabar sendo “degustada”, na quentura do xadrez com uma homérica ressaca de consequências, que não deixam de ter, o lado até bem pitoresco pelos personagens em questão e seus lazeres de fim de semana. Ah... Esses turista ditos “farofeiros” quando se reúnem, invariavelmente nos proporcionam momentos de boas comédias sempre pitorescas, dignas obviamente de boas gargalhadas, sem que sejamos, por isso classificados de preconceituosos. Que os “radicais” nos perdoe
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