Em meio da gostosa tarde, sentados num sombreado caramanchão, apreciávamos a soberba e magnífica paisagem, que a natureza nos presenteava naquele hotel fazenda à localidade de Monte Verde, MG, quando um casal passou por nós, a nos cumprimentar, dirigindo-se a três outros que ali aos bancos do jardim se posicionavam. Imbuídos pelo espírito da confraternização, se abraçaram a saudarem-se calorosamente.
Pelo que pudemos observar, os quarto faziam parte de um grupo, que se reunia a cada ano a curtir as delícias da localidade. Depois de colocarem o papo em dia, entre sorrisos, descontração e amabilidades, o cidadão chegado, indagou sobre determinado casal que também compartilhava anualmente do grupo. Um dos amigos um tanto consternado, com o semblante triste, resolve então responder e disse: - Você ainda não sabe?
Um tanto sobressaltado, o que perguntava retrucou: - Não! O que aconteceu ? Entristecido, e a mostrar-se sobremaneira num ar de consternação, o outro respondeu que o casal não viera devido à morte da mulher há dois meses! Visivelmente chocado, o recém-chegado lamentou pela sorte do amigo, agora viúvo e quem sabe bem arrasado.
À noite, o grupo dos quatro casais reunidos ao barzinho do hotel bebericando, onde nós, por coincidência também nos encontrávamos, passaram a relembrar momentos de suas férias anteriores, quando o cidadão que desconhecia a morte da mulher, não sei se pela excessiva ingestão de caipirinhas, resolveu discorrer comentários não muito apreciáveis com relação à “falecida”, chamando-a de alcoviteira, pedante, mandona, chata entre outras “qualidades”. No que pese a sua opinião inoportuna, os demais não corroborassem com aquela falácia, atribuindo ao colega serem as suas observações um tanto desagradáveis.
No início da madrugada, fomos acordados por um grito horripilante, seguido minutos depois por um murmurinho estranho, que nos obrigou a erguer da cama para saber o que se passava. Segundo soubemos, o tal cidadão inconveniente, ao deixar o quarto indo apanhar as chaves do carro esquecidas no bar, no que galgou os degraus da escada, deparou com uma visão da “falecida”, que de braços aberto, vinha cumprimentá-lo, pois acabara de chegar. Horrorizado ao vê-la, soltou um grito de pavor, desmaiando rolando escada abaixo. A “assombração” e outra hóspede, espantadas e acuadas à parede da escada, viram passar o cidadão aos trambolhões estatelar-se desacordado no hall.
Socorrido, cheio de hematomas e a reclamar de fortes dores no ombro, foi encaminhado à Santa Casa, só retornando quase ao amanhecer, com o braço imobilizado pelo enfaixamento da clavícula, um proeminente “galo Roxo” à testa e, pasmem... A língua costurada com três pontos devido tê-la mordido na queda!!!
Moral da historia: Brincadeiras a parte... O castigo vem sempre a cavalo...
Ah... Esses turistas falaciosos quando são surpreendidos por momentos complicados e sentem na pele as consequências pelas inadvertidas considerações expressadas, demonstrando o quanto de pulhas é de fato, não passam de uns “excretores orais” a nos proporcionar instantes odorosos, porém... Bem pitorescos. Afinal, o cuidado com a língua, é fator preponderante quando se estar em conversas com outras pessoas, que possam discordar de suas opiniões e não comungar com o que proferiu, mesmo que estejamos entre amigos.
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