Cuidado com o pedantismo que costuma complicar...
Num hotel fazenda em Itatiaia, localizado no caminho que leva ao pico das Agulhas Negras, um grupo de turistas liderado por um major do exército, dizendo-se oficial de cavalaria, resolve através de cavalgada percorrer as trilhas que ali existem, objetivando desfrutar da plena natureza e da magnífica paisagem ainda preservada naquele importante Parque Nacional de Itatiaia.
O Grupo era formado por 15 hóspedes, um guia, o tal oficial, e um auxiliar de campo da localidade. Os animais foram alugados e conseguidos pelo auxiliar de campo, após uma inspeção prévia executada pelo major, responsável pela cavalgada. Todo dentro dos conformes, eu ali a curtir a partida dos cavaleiros, fiquei a desejar ao grupo bom e proveitoso passeio, já que não me acho capaz de conduzir animais, portanto declinei do convite, o que por isso, fui gozado pelo militar pelo meu desinteresse e a mostrar-me medroso.
Segundo fiquei sabendo, o grupo não se mostrava muito satisfeito com o “comando” devido aos excessos de “broncas” onde deixava o auferido, um tanto desgostoso, já que estavam ali curtindo um passeio e não uma incursão pela mata em exercício militar. O cara reclamava de tudo, inclusive a exigir mais rapidez na condução dos animais, embora fosse retrucado algumas vezes por discordar do tipo de passeio que mais parecia uma incursão belicosa. Com os primeiros quilômetros percorridos, no que pese ser a trilha um tanto acidentada e íngreme, o trajeto mostrava-se tranquilo, salvo pequenos percalços, em que gozações já se faziam constantes. Mas dada a lentidão e com a tarde já dando sinais de atenção pela a luminosidade em baixa a alguns trechos e naturalmente à necessidade de dar um descanso aos animais e logicamente água, optaram por parar e desmontar dos cavalos. O major que seguia a frente, sem tomar conhecimento da tal parada, ao notar a falta do grupo em segui-lo, resolveu, um tanto furioso, regressar para saber o motivo do retardo.
Ao deparar com o grupo a curtir o magnífico visual naquele espaço, em que se sobressaia uma pequena clareira, irritado e cheio de “comando” ,pagou geral a moçada, a dizer que não estava ali para um simples trajeto de curtição e exigia de todos ordem acima de tudo e que ele prosseguiria a jornada e se alguém o quisesse segui-lo que apresasse, pois o cair da tarde se encaminhava e segundo o auxiliar de campo, tornar-se-ia complicado a volta ao hotel pra aqueles que não conhecem do riscado, Já que ele dizendo-se conhecedor pelo período que teve interno na AMAN, onde faziam em marcha forçada, este caminho trilha acima seria apenas uma pequena jornada de cavalgada.
Dos 15 cavalgadores, apenas 2 seguiram o major, foram o auxiliar de campo e um amigo do major também militar da marinha.
Já de volta ao hotel, por volta de 18 horas, sendo então o percurso mais rápido, afinal só existiam descidas e o cansaço dos animais era bem menor, seguiram sãos e salvos aos domínios do hotel a entregar os animais depois de dar água e entregar ao dono, que logicamente indaga pelos três outros cavaleiros.
Obtendo a informação que continuaram seu passeio, pelo seu capataz conduziu os animais a sua baia alí próximo, permanecendo no aguardo dos mesmos e logicamente para receber o que lhe é devido pelos aluguéis dos cavalos. Entretanto a preocupação aumentou, quando já passavam das 20 horas e nada dos cidadãos retornarem. Até que logo depois, felizmente, adentra ao hotel, trôpego, sujo, apoiado ao guia, o “cavaleiro” , que nada diz, indo para seus aposentos, com cara de poucos amigos. Motivo, segundo o guia, caiu do cavalo e perdeu-se na mata e graças ao guia e o seu acompanhante marujo, foi encontrado e trazido de volta. Só que terá de dar conta o animal, pois se encontra perdido.
Moral da história: Nunca devemos nos vangloriar daquilo que atribuímos ser os melhores, principalmente sobre aqueles que desconhecem o “aquilo”, pois as vezes o castigo vem sempre mais rápido e a “cavalo”...
Ah... Esses donos da cocada preta sempre nos presenteiam com doces momentos pra lá de pitorescos...
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