De Rei a bobo da corte
Desfrutávamos de passagem pela cidade paulista de Serra Negra, visando um reparador descanso dada a longa jornada que vínhamos empreendendo, quando retornávamos de uma caminhada ao centro da cidade após ao almoço e nos aproximar do hotel, fomos atraídos por uma cena a qual nos chocou muito devido a agressividade desenvolvida no desenrolar dos fatos.
Um cidadão, hóspede do hotel onde nos hospedamos que se fazia conhecido pelo seu comportamento um tanto pedante e ostentoso, a chamar para si as atenções pela notoriedade, resolveu estacionar a frente do hotel em fila dupla o seu portentoso veículo, objetivando por comodidade aguardar sua mulher que acabara de saltar, a evitar entrar no estacionamento. Um senhor pra lá de ”setentão”, conduzindo um velho, porém conservado Chevette, sem perceber talvez o carrão parado, afinal não houve qualquer sinalização que indicasse à paralização arbitrária, ao notar a demora pôs-se a buzinar insistente. O cidadão inconsequente, mostrando-se o dono da rua, provavelmente irritado pelo “buzinaço” começou a gesticular com o braço pra fora do veículo. O “coroa do Chevette” engrenando marcha a ré, recuando tentou sair. Só que devido ao fluxo de trânsito, teve alguma dificuldade ao sair.
Finalmente conseguiu e ao passar pelo “empata”, dando rápida parada, resolveu reclamar do seu posicionamento em estar atravancando o trânsito, a causar tumulto na via pública, como fosse o dono do pedaço por ter um luzente carrão importado, e os outros que se danassem e que fossem reclamar ao bispo. “O “arbitrário cidadão” abre a porta e, cheio de atitudes, querendo aparecer ainda mais, desce do carrão indo discutir com o coroa”, a atrapalhar mais ainda o trânsito, e põem-se a arrasá-lo com grosseiras palavras, inclusive humilhando-o a chama-lo de ancião decrépito, que não poderia ter deixado o asilo, pois deveria sim , conduzir cadeira de roda, limpar seus amigo asilados. A verdade é que velho ao volante só faz M... Entre outros impropérios para encerrar, debochou a dizer que o espaço da rua daria até para passar dois caminhões.
De retorno ao seu carrão, digo, seu “palácio imperial”, sob olhares de perplexidade dos que assistiam tamanha grosseria contra o idoso, jogou-se ao banco do carrão, permanecendo sorridente a atravancar o trânsito. Só que não tardou, um caminhão carregado de galhos de árvore passa pelo local e não deu outra. Passando rente, teve a galhada excedida da carroceria tocada no BMW, que em consequência produziu vários arranhões à luzente pintura. Furioso e inconsolado, o petulante ao constatar o estrago e sem ter a quem reclamar e discutir pegou para Cristo sua mulher, que acabava de chegar, acusando-a de responsável nos danos pela demora que o obrigara ali permanecer estacionado.
Moral da história: Todo “Rei” terá certamente seus dias de “Bobos da Corte”
Ah... Esses “Turistas Arrogantes” que pela ostentação julgam-se o dono do pedaço a impor suas desatinadas e arbitrárias vontades, quando se veem desmoronar as prepotências, não passam de uns bobos da corte a nos oferecerem flagrantes muito além de pitorescos...
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