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Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025
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Decepção ou desilusão ?

A mentira só avançou três anos

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
Decepção ou desilusão ?
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Decepção ou desilusão?

            Era o final do mês de novembro e como tal,  havia sido comemorado no dia 26, o aniversário de minha mãe, que completara 33 anos. Para mim, uma criança de 6 anos de idade, desabrochando à vida, onde tudo eram novidades e o conhecimento num geral trazia no seu bojo,  passagens da época que sem dúvida marcariam indeléveis momentos que seguiriam para o resto da minha vida.  O que  de fato aconteceu e continuam a acontecerem ao longo das décadas por nós vividas, neste caminho as vezes tortuosos e pedregosos que pisamos nesta extensa caminhada.

            Assim sendo, gostaria de expor um fato que ocorreu na minha infância, que me marcou para sempre, quando tomei conhecimento que PAPAI NOEL não existia, embora no momento, relutasse quanto à veracidade do fato, pois aquela verdade fazia com que eu desacreditasse nos meus pais, das minhas avós e tias, o que me levava a não entender, o porquê que aqueles objetos “escondidos” atrás da cama estavam ali, o que em consequência o quarto era mantido trancado, já que sempre se encontrava com as portas abertas sem a utilização de chaves.

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            Aquela noite foi terrível, pensando no que havia visto durante a tarde, ao olhar por curiosidade, pelo vão debaixo da porta, e ver o meu pedido ao Papai Noel, cuja carta que eu havia escrito ao meu jeito, pois embora ainda não cursasse a 1ª série primária, já sabia escrever em letra de forma (maiúscula), pois tinha seis anos de idade.

            Intrigado com aquela imagem, onde em destaque via-se o meu presente, ou seja; o brinquedo que eles denominavam de “Rema rema”, que era determinado a evolução física da criança e do adolescente, como se fosse um barco remado no seco a fazer com que alargasse os ombros, e apoiado pelos pés como um leme direcional, impulsionado pelas remadas a lançar o corpo sentado sobre uma prancha de madeira a frente, utilizando-se apenas das suas forças, a acionar seu movimento  adicionado as remadas a um pistom que faziam mover uma engrenagem pequena, que por sua vez fazia girar uma outra bem maior a acionar as rodas traseiras Quanto mais expandia minhas forças, mais aumentava a velocidade. Era como se fosse um barco de fato em leito seco. Na ocasião este brinquedo era uma espécie de coqueluche a criançada e fazia parte do grupo dos velocípedes, patinetes, patins, já que bicicletas não eram permitidas a menores de 14 anos e tinha que possuir emplacamentos junto ao,  --- veja como eram as seguranças, --- DETRANS  e ser colocada a baixo dos selins. Quem não possuísse as placas, teriam as bicicletas apreendidas.

            O pior, foi quando acordei na manhã do dia 25 de dezembro, e ao levantar-me da cama, fui à direção da sala, como sempre fiz desde que me conheci como gente, talvez aos quatro anos, e vi o Rema rema junto a árvore de Natal, uma casinha de boneca para minha irmã, uma boneca tamanho de um bebe dentro de um carinho para a outra e um trem elétrico para montagem (americano Union Pacifique) ao meu irmão bem mais velho do que eu (4 anos). Olhando o meu presente, dito dado pelo Papai Noel, e ao vê-lo, ali, agora, enfrente e a me fazer recordar do dia que o vi por baixo da porta do quarto dos meus pais, confesso que tive vontade de chorar, pois o Papai Noel nunca existiu, ele era os meus país... Retornado ao quarto, não sei se triste ou aborrecido, lá fiquei a pensar, descrente de tudo e de todos, quando mamãe se chegou ao me ver daquele jeito e me indagou se não havia gostado do presente do Papai Noel. Olhando-a falei: Papai Noel não existe, é mentira de vocês! Como é que ele trouxe aquele montão de presente pra nós? E as outras pessoas?

            A Muito custo me adaptei ao Rema rema, a dizer pra todo mundo que não foi o Papai Noel que me deu, mas sim meus pais. Aquele veículo durou as minhas mãos por três anos depois de várias trocas de engrenagens.

            O tempo se passou, meus pais, minhas avós, minhas tias se foram se juntar ao Pai na eternidade, o meu Rema rema também se foi em troca de bicicletas, Hoje Bikes, as bicicletas doadas e enfim, hoje estou aqui, não a questionar um passado que ainda perdura entre parte das crianças atuais ao verem esta quantidade de Papais Noeis que circulam entre nós aos Shopping, lojas de departamento, pelas ruas, nos vídeos, na mídia, etc...?

            Moral da história: Será que hoje em dia  este velhinho tão popular ainda goza do amor das crianças?  Será que teriam a mesma desilusão ou decepção que eu tive ao conhecer a “mentira”?

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