Dedilhada a viola no saco!!
Nutrido e satisfeito pelo delicioso almoço oferecido, em que os amigos e o pessoal do jornal me presentearam pela passagem de mais uma primavera à cidade de Miguel Pereira, RJ, região serrana fluminense conhecida como serra Azul, cujo objetivo englobava não só o niver, como o sucesso que ora as crônicas veem obtendo ao logo dos anos. Ao deixarmos o restaurante, assim que galgamos a calçada, observei na praça fronteiriça a matriz sentado aos bancos sob o sombreado das árvores, um grupo de turistas, caracterizado pelas vestimentas e apetrechos fotográficos, que me pareceu esta degustando um “pic-nic” pela descontraída e ruidosa movimentação exposta.
Observador como sempre, não que me desinteressasse do nosso papo, mas por instantes liguei-me a imaginar, pela experiência, que algo certamente poderia advir daqueles alegres turistas. Votando-me aos amigos, especialmente ao que era ligada a Secretaria Mun.de Turismo, alertei-o para o grupo e seu “pic-nic”, achando que aquela movimentação causaria uma crônica. Rindo do meu alerta, segundo ele exagerado, retrucou-me alegando que os mesmos seriam bem vindos e que não acreditava que efetuasse alguma irregularidade ou vandalismo, pois apenas se divertiam desfrutando da paz da nossa hospitalidade e boa acolhida à cidade aos seus ilustres visitantes.
Colocando minha viola no saco, continuamos a conversar, quando uma Van pouco depois estacionou e os “bem vindos turistas” começaram a se movimentar no intuito, nos pareceu, ao embarque. De longe pude verificar que a movimentação pela partida era confirmada, pois freneticamente a locomoção se fazia exacerbada dada a algazarra manifestada. Diante do fato, resolvi me aproximar dos “bem vindos”, no que fui seguido pelos amigos, agora levados pela curiosidade que minhas suspeitas haviam levantadas. E não deu outra, quando constatamos “in loco”, que o grupo transformara o local num verdadeiro “vazadouro” público, onde latas de refrigerantes, cervejas, ossos de galinhas e outro detritos se acumulavam, em total falta de educação e civilidade a nos constringir diante da cena apresentada. O amigo, autoridade no turismo local, abismado e contrafeito sem ter como manter seus argumentos, irritado, foi de encontro a Van que ainda permanecia estacionada e “pagou geral”, intimando ao grupo de porcalhões a limpar o local, pois se não o procedesse seria intimado a pagar uma multa pelo descaso. De maneira sarcástica, sorrindo um dos turistas se dirige ao cidadão, a dizer que não faria, pois a cidade não merecia esta benevolência. Arrancando a Van, lá se foram os turistas porcalhões. Limitando a anotar a placa do veículo, a entreguei ao amigo para que fizesse uso da melhor maneira possível junto ao DENATRAN.
Unindo-se a nós que atônitos aguardávamos o desfecho do bochincho, batendo às minhas costas proferiu: - Desculpe a ironia e a irreverência, mas nada como desdenhar orientações de quem de fato conhece sobre o riscado. Na verdade, também pitorescos somos nós, quando nos intitulamos de “Expert.” e conhecedores, a ironizar conhecimentos e a psicologia comportamental desses bem vindos turistas apregoados de “fontes promissoras de arrecadação” municipal...
Moral da história: Diante de uma contundente realidade, não precisa ser pitonisa para se ver uma realidade prevista...
Ah... Nós turistas viventes, quando procuramos mostrar o quanto nossa vivência auxilia nas previsões, sempre seremos considerados pitorescos aos olhos dos “Expert.”...
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