Doeu doutor? Que remédio?
Antes de seguirmos o nosso roteiro turístico, optamos por passar uns dias, no famoso hotel fazenda, próximo a Itatiaia, RJ, a fim de respirarmos um pouco de ar puro. O hotel embora não estivesse em período de temporada, mantinha-se com suas acomodações apreciáveis.
A totalidade dos hóspedes era composta à maioria de pessoas de certa forma sem muita sofisticação, mas que possuía como qualidade predominante a comunicabilidade. Entretanto, passamos a notar, que dois casais se destacavam por um comportamento característico àquelas pessoas que participavam apenas do seu mundo vivente, ou seja; compatível a sua postura.
Num começo da tarde, uma senhora ao se erguer do caramanchão do jardim, cambaleou e foi amparada pelo marido como estivesse não se sentindo bem. Socorrida por nós apreensivos, quase desmaiada, a conduzimos a seus aposentos. O gerente super prestativo no afã de dar o socorro médico urgente, recorreu a um hóspede, médico, chamando-o em seu quarto no intuito de socorrê-la. Com pouco mais de vinte minutos estava de regresso. Segundo nos contou o marido, foi apenas uma crise passageira de labirintite. Ao final da tarde, o doutor foi ao gerente e o entrega um papel, que após lê-lo, guardou-o um tanto surpreso.
No fim da manhã do dia seguinte, o amigo do doutor, ofegante e suando em bicas se chega a indagar do gerente, se teria como socorre o veículo deles que enguiçara uns 3 Km. Sorrindo, prontamente foi atendido após chamar à piscina, onde se encontrava curtindo seu lazer, - por coincidência o marido da senhora socorrida por labirintite – o atendimento mecânico, já que o cidadão era profissional do ramo e dono de oficinas de automóveis. Deixando o lazer, no seu veículo foram socorrer o doutor enguiçado.
A noite um vozerio um tanto áspero vindo da portaria, chamou-nos a atenção. O tal médico indignado e esbravejando, recusava-se a cumprir o que o gerente o havia entregado, classificando de assalto e absurdo só para socorrê-lo num simples entupimento da injeção eletrônica. Como não bastasse o amigo corroborando na vociferação, também aos brados, dizendo-se advogado, anunciava que iria solicitar à presença da polícia a exigir providências.
Motivo da encrenca: O mecânico cobrou pelo atendimento R$ 150,00, ou seja; a mesma quantia cobrada pela “consulta” médica à sua mulher, sem que protestasse pelo que fora cobrado no atendimento, conforme recibo deixado com o gerente a ele passado .
Moral da história: A valorização profissional por mais reconhecida que seja, nunca deve ser motivo de exploração junto aqueles que dela necessitem, querendo dotá-la de um grau de superioridade num comparativo com as demais existentes. É ser discriminatório, lógico medidas as proporções, objetivando um só princípio básico e ético; ser profissional competente e digno à sua área de ação. Mesmo sob protestos, o doutor pagou o que devia, ficando os atendimentos em elas por elas, ou seja: toma lá, dá cá...
Ah... esses” Turistas Discriminatórios” que se julgam superiores “engessados” à prepotência calcada por uma classificação profissional e quando se veem igualados em seus valores e não se conformam, se tornam de fato muito engraçados e bem pitorescos.
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