E... Nem Freud explicaria...
Lá estávamos nós mais uma vez, a curtir a cidade mineira de Lambari, de acordo com a nossa combinação já previamente acertada quando ao final da última temporada a cada inverno. Todavia, naquele ano, um grupo de quatro casais se chega um dia após da nossa hospedagem e, passou a se destacar -- pelo comportamento desinibido e bastante irreverente, -- sem que houvesse algum constrangimento ou mesmo mal estar entre os hóspedes, inclusive dada à comunicabilidade, juntou-se a descontração vivenciada pelo nosso grupo e passamos a ser um grupo mais homogêneo a curtir Lambari.
Já àquela noite em que o frio se mostrava bem intenso, resolvemos nos enfurnar na pista de boliche, onde a alegria se fez presente entre chocolates quentes, conhaques, caipirinhas, e todo tipo de tira-gostos, mesmo depois de lauto jantar no hotel, onde só deixamos o boliche após as 23,45hs, a objetivar o quiosque da praça, cujo frio àquela hora mais intenso, -- a registrar no termômetro ali presente a temperatura de 1,5 graus negativos, -- a desfrutar de um quentíssimo chocolate com conhaque tentando nos aquecer.
Ao terceiro dia de hotel, um de nossos amigos ao chegar para o café matinal, um tanto constrangido, nos revelou o motivo do mau humor, mostrando-nos um bilhete ao qual a signatária, cheia de intimidades, marcava um encontro na marina do lago às 7:30hs durante a sua caminhada em volta do lago. O desagradável ocorreu porque quem recebeu o bilhete fora a sua senhora no escaninho da portaria. Claro que aquela “mensagem comprometedora” nada mais era que uma brincadeira de mau gosto, mas que não deixava de ser bem inconsequente. No dia seguinte a mesma coisa aconteceu com outro nosso companheiro. Só que desta vez o “encontro marcado” era no Pesque e Pague, onde a tarde o mesmo costumava divertir-se pescando suas cocorocas. A tarde do quinto dia, porém, a coisa engrossou, pois a mulher da “nova vítima” indignada não se conformou com uma carta recebida, via correio, em que” “suposta amante” informava que chegaria à cidade dia tal e ficaria hospedada no hotel “X”.
Felizmente a possível desavença ficou restrita ao quarto, em que ambos chegaram a um acordo atribuindo que tal carta não passava de brincadeira maldosa. Enfim a coisa começava a tomar rumo inconveniente demais, por desestruturar entre não só aos casais atingidos, como ao nosso grupo até então coeso, já que a desconfiança passou a imperar de forma evidente sobre todos nós, o que em consequência criou-se certo clima de desconforto a notar que cada casal mostrava-se um tanto ressabiado como duvidasse um do outro, a nos deixar bem constrangido diante de tanto abuso. O que convenhamos tinha um fundamento.
EMas o melhor veio pelos dois dias posteriores pois nada ocorreu, nos parecendo que os signatários se arrependeram da infeliz brincadeira. Entretanto à noite, um bate boca eclodiu num dos quartos chegando à gerência, onde a mulher de um daqueles casais possivelmente irreverentes, esbravejando, entre “n” acusações, que talvez na sua ira deixasse escapar sobre os bilhetes comprometedores que foram enviados. O marido que a seguia ainda tenta contê-la, tentando se explicar a evitar que revelasse o autor das missivas. Aos berros em pura baixaria, a mulher se dizendo ultrajada, exibe para todos que estavam presentes, uma CUECA manchada de batom. Observando a encrenca, pude presenciar um dos nossos “vitimados” amigos, que era um aficionado por sauna, lançar na lixeira do bar, algo brilhante, que mais tarde constatei tratar-se de um estojo de aromático BATOM.
Diante da baixaria a qual aquele casal se expos junto não só ao hotel e seus hóspede, mas diretamente ao nosso grupo de amigos, que há mais de seis anos aqui em Lambari nos reunimos a cada inverno, só restou-nos a lamentar pelo clima que fomos envolvidos, em que a discórdia entre alguns de nós passou a ser o limite para que deixássemos perder uma amizade até então bem sólida e fraternal.
Moral da história: Mesmo que sejamos vítimas de qualquer procedimento indecoroso, não temos o direito de revidá-lo, seja de que forma for. Do contrário seremos iguais
Ah... Esses turistas Inconsequentes que adoram ver o circo pegar fogo, mas quando a lona ardente cai sobre suas cabeças e são obrigados a tornarem-se uns “querubins”, tentando esconder a quanto de “rabudos” que são, sempre nos oferecerão momentos dramáticos, que no fundo no fundo, não passam de instantes verdadeiramente pitorescos...
*ET- Este foi o último ano após 6 seguidos que nos encontramos.
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