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Terça-feira, 21 de Janeiro de 2025
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Eles, sempre eles...

A vergonha nacional.

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
Eles, sempre eles...
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Eles, sempre eles!

 

Aproveitando o momento atual, em que os postulantes à política e os que tentam se reeleger, iniciam na reta final suas cartadas lançando ao ar as promessas de campanha, no intuito de engambelar os possíveis eleitores no afã de galgarem cadeiras no legislativo visando, óbvio, usufruírem das mordomias, regalias, prerrogativas e outros tipos de vantagens que o poder lhes oferece , me trouxe à lembrança o saudoso chefe da estação ferroviária da cidade de Campanha, seu Paixão, cujo “acervo” de histórias sobre os trens, foi sem dúvida grandiosíssimo pelos  anos  ali trabalhados

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Dizia o velho Paixão, que Campanha tinha entre seus munícipes, um importante político: um senador da República, mas apenas com registro do domicilio, vez que residia na capital federal (ex. Rio de Janeiro) e poucas eram às vezes que na sua cidade pisava; as exceções ficavam por conta da sua fazenda e nas proximidades de eleições. Raramente era visto pelos sul mineiros, onde tinha seu reduto eleitoral, ou como era conhecido, “curral” eleitoral.

Certa ocasião, Paixão recebeu a mensagem telegráfica de Cruzeiro, dando conta que o expresso das vinte horas, seria acrescido de mais um vagão de primeira classe em caráter especial, que deveria ser desengatado em Campanha, não seguindo viagem à cidade de São Gonçalo do Sapucaí. Acatando instruções, curioso, resolveu saber o porquê da necessidade, já que haveria sobrecarga na subida da serra, o que o preocupava; foi passada então a informação, que seria para atender ao senador e seus párias e asseclas, vez que a “impoluta” figura não conseguiu passagens nos aviões. Como adendo, você leitor, sabia que nossa região sul mineira foi servida por transporte aéreo efetuado pela Cia. Nacional Aerovias Brasil e posteriormente incorporada à Real Transportes Aéreos, com utilização de aeronaves de primeira linha como: Convair 440, 340, Douglas, Curtiss, entre outras em escala regular?

Sem ter como usar o avião, hábito comum aos políticos, cujas passagens eram pagas pelo Governo Federal  -  como ainda hoje acontece  --  Criou-se o impasse, pois não era justo tal procedimento. Afinal, o ocupante do lugar havia adquirido seu bilhete pela passagem do trem e não seria justo submete-lo a tal imposição e abuso a ter que ceder sua poltrona. Mas como dizia o ditado: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, lá estava o senador á plataforma da Central do Brasil, com a informação de que em Cruzeiro, na baldeação, a RMV teria seu vagão à disposição. Cheio de pompas e circunstâncias e despedindo-se dos ditos assessores, partiu o senador cujo vagão especial de primeira classe o aguardava na plataforma em Cruzeiro a levá-lo a seu reduto eleitoral, onde solitário desfrutou das apregoadas mordomias. Para variar, como hoje, essas despesas foram por conta do senado e pagas pela união; desembarcando em Cruzeiro foi encaminhado ao seu “vagão” pelo chefe da estação, com recomendações de solicitar o que necessitasse prontamente. Acomodando-se no pomposo veículo dotado de todo requinte, inclusive com poltronas giratórias, o ilustre senador, após acender seu perfumoso charuto havana, espichou-se confortavelmente em uma das poltronas, onde tomado por cochilos, madornas e sono ferrado, seguiu viagem.

Ao chegar a Soledade, entroncamento ferroviário, é acordado pelo chefe do trem dando conta que seu vagão seria engatado ao trem cujo destino era São Gonçalo do Sapucaí. Um tanto atônito, talvez ainda confuso pelo despertar abrupto, não concordou com a manobra atribuindo tal atitude, como sendo mero caso da oposição, obrigando-o a deixar sua mordomia e que tomaria providências parlamentares acionando a direção da RMV.(Rede Mineira de Viação) pelo mau serviço prestado a um homem da República.

Custando a aceitar as determinações da ferrovia, acabou seguindo viagem a lamentar o furo de queimado no paletó causado pelo seu charuto havana em seu belo e bem recortado terno de casimira inglesa, assinado pela famosa Casa Taylor Alfaiates no Rio de Janeiro, cujo prejuízo, segundo constou, foi provocado pelas fagulhas incandescentes da chaminé da locomotiva e  foi à rede encaminhado visando ser ressarcido pelo dano. Óbvio, pela figura que era, Senador, foi ressarcido do prejuízo.

Como vêem, nada mudou até à presente data. Político será sempre político...  E para variar, como também até hoje acontece, quem paga as contas das mordomias sempre seremos nós os ditos contribuintes. Por isso caro leitor, podem me chamar do que quiser, mas depois do maluco Jânio, nunca mais entrei numa sala eleitoral para cumprir como, dizem, o tal “democrático” dever cívico. Para que?

Não confio nestes indivíduos, são todos farinhas do mesmo saco... Sempre arquei com os pagamentos das multas irrisórias pelo não comparecimento às urnas após as ditas eleições... Nunca me arrependi!

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José Luiz Ayres

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