Esquecer como daquele episódio?
Àquela tarde, me encontrava à estação férrea de São Lourenço sentado num dos bancos à plataforma, divagando sobre o que aquele logradouro bucólico ainda representa a nós em pleno século XXI, diante de uma tecnologia avançada e, óbvio futurística, a qual vem esmagando a cada ano o que já foi um marco no desenvolvimento para o Brasil e que hoje se faz sucumbir também as lembranças e recordações históricas resumido aos poucos personagens ainda vivos que conviveram e viveram no passado seus momentos indeléveis, onde os apitos se perpetuaram em suas memorias, me pus a rebuscar na minha, algo que pudesse ali descrever, que caracterizasse mais uma crônica “Na fumaça do trem”.
Absorto, de olhar fixo à plataforma, talvez à espera por algum “bem vivido”; quem sabe, sou surpreendido com a chegada de duas mulheres que se chegam a olhar tudo e caminham a minha direção. De retorno a realidade, desfazendo-me dos devaneios, passo a observá-las discretamente, quando se chegando a mim, a cumprimentar-me, no que as retribui o gesto, a indagar-me se poderiam usar o toalete. Erguendo-me do banco, as conduzi até o local após obter as chaves na administração e permaneci aguardando-as no saguão junto a plataforma. Concluídos nos seus anseios fisiológicos ao entregar-me as chaves, ficamos a papear sobre o trem e a história em São Lourenço, onde sentados numa das mesas externas do barzinho da estação permanecemos.
Depois de algum tempo, uma delas, que volta e meia olhava-me, despertou-me certa curiosidade dada à frequência e passei com isso, a observá-la discretamente. Intrigado comecei a buscar a memória se por acaso não a conhecia. A elevar-me da mesa, saí em busca de agua mineral e, do bar, enquanto aguardava as garrafas, visualizei as duas cochicharem sobre risos. De retorno, após colocar a água nos copos e, sentar-me, aquela que estava a olhar-me, perguntou-me se por acaso eu não a conhecia. Fixando-me ao seu rosto, achei que era possível, mas não sabia de onde seria. A colega, sorrindo, expondo ares de “safadinha” indagou-me se eu estivera em Poços de Caldas há mais ou menos três anos e não me recordava de um episódio ocorrido no teleférico, em que uma mulher apavorada tremendo de medo, deu vexame no bondinho, tendo sido ajudada por você quando não conseguiu se segurar no xixi.
Um tanto perplexo, esboçando um sorriso; eureca! Lembrei-me do ocorrido, afinal como poderia esquecê-lo, se sobrou pra mim o desaguar do xixi, em que tive como recompensa respingos abusivos ao tentar que o líquido não encharcasse suas calças a escorre pelo meu braço enquanto sua amiga a amparava sobre risadas efusiva a sacolejar o bondinho!
Agora sobre risos descontraídos, relembramos o episódio, o qual o croniquei exatamente há dois anos no nosso jornal Correio do Papagaio e que faço questão de presenteá-las com duas cópias se assim desejarem, me fornecendo o local onde o farei a entrega. Claro, que aceitaram o oferecimento e lhes passei o presente no dia seguinte e permanecemos a conversar sobre vários assuntos.
Veja você leitor, como este mundo é pequeno! Nunca poderia imaginar que um dia esse reencontro dar-se-ia, sendo elas oriundas de Belo Horizonte!
Moral da história: Coincidências a parte, o impossível às vezes torna-se possível quando menos se espera!
AH... Esses turistas que nos costumam proporcionar momentos bens hilariantes e que muitas das vezes fogem do controle, a extrapolar a razão em detrimento dos seus recatos e privacidades, são realmente muito além de pitorescos... Mas que às vezes nos fazem guardar na memória, algo mais que pitorescos que nunca serão esquecidos, isso não tenho dúvida...Estão presos aos meus agradáveis e eternos fragmentos da vida...
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