Por Luís Cláudio de Carvalho
Embora acredite que a eleição para presidente da República não vá ser resolvida no primeiro turno, é certo que estamos às vésperas das decisões. Num clima de decisão de final de campeonato de futebol, os brasileiros têm dado sinais de que saíram da apatia em que até pouco tempo se encontravam. Dizem que a eleição é a festa da democracia. Tomara que a festa tenha final feliz e perdure por algum tempo. A participação nos atos políticos e o exercício da cidadania não podem ocorrer somente na euforia da disputa, conforme é comum no nosso país. Passada a eleição, a maioria some e volta a ficar “deitada eternamente em berço esplêndido”. Geralmente, se o eleito estiver correspondendo às expectativas, seus eleitores continuam na rotina do comodismo, se decepcionar, fazem de conta que não são os responsáveis pela eleição do dito cujo. Dependendo do desempenho do eleito, fica difícil até encontrar quem votou nele.
Outro fato que chama a atenção nessa reta final é a exagerada atenção voltada à eleição presidencial, esquecendo das eleições proporcionais (deputados estaduais e federais), das de senadores (nesse ano, dois) e, até, de governador. Estão falando tanto em renovação e os órgãos especializados em eleições para o Congresso Nacional já dão como certas as voltas de parlamentares que têm mandatos, alguns há muitas décadas, e dos representantes das oligarquias, muitos deles cheios de processos judiciais. De que adianta escolher com tanto critério o presidente da República e o governador do Estado e votar de qualquer jeito para senador, deputado federal e deputado estadual?!...
Espero que aqueles que estão participando agora, com tanta “paixão”, não descuidem dos acontecimentos municipais e já comecem a pensar nas eleições de 2020. As eleições municipais são as mais importantes. É no município que os cidadãos vivem e é onde nascem os políticos. Por outro lado, a omissão das pessoas é maior, devido à proximidade com os candidatos e ao medo de futuras retaliações. A quantidade de eleitores que fica em cima do muro é grande. Nessa hora, a maioria não dá a cara a tapa. Isso deveria mudar. É preciso ter a mesma coragem e se posicionar, dizendo o porquê da escolha desse ou daquele candidato e engajar na campanha, também.
Torço para que essas eleições tenham despertado o espírito cidadão nas pessoas e elas continuem atentas aos fatos, fazendo a sua parte e se manifestando sempre que oportuno.
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