Por Luís Cláudio de Carvalho
Cada dia mais está faltando bom senso e empatia às pessoas. O ser humano está ficando cada vez menos humano. Sobretudo nas redes sociais, as pessoas estão sentindo uma enorme necessidade de opinar sobre tudo e “noticiar” os fatos em primeira mão. Com isso, esquecem de usar o bom senso, serem éticas, respeitar o próximo e se colocarem nos lugares das outras. Acusam, julgam, condenam e expõem conhecidos e desconhecidos sem demonstrar um mínimo de sentimento de culpa. As publicações desnecessárias e sem nenhum interesse público vão desde as próprias intimidades, passando pela vida social e profissional de anônimos e famosos, até a política, que, atualmente, está em voga. Não bastasse o excesso desse tipo de publicação, ainda espalham boatos e comentários injustos através das fakes news. Geralmente, os estragos causados por essas irresponsabilidades são irreversíveis.
O caso mais recente e que ganhou enorme repercussão em São Lourenço e nas cidades vizinhas foi o desaparecimento de um jovem no último dia 31 de dezembro e o encontro de seu corpo no Rio Verde, dias depois. Rapidamente a notícia foi espalhada e os “atuantes informantes” propagaram suas conjecturas, fizeram suas acusações e seus julgamentos e propiciaram uma avalanche de suposições sobre o ocorrido. Só não atentaram para o fato de existirem familiares e amigos do jovem enlutados, sofrendo a perda de um ente querido. Com o andamento das investigações, por quem tem o dever, a autoridade e os conhecimentos necessários para tal, familiares e amigos de outro jovem também sofreram as consequências do acontecimento. Uma pena que muitos não tenham se colocado no lugar dessas famílias e desses amigos. Não pensaram que poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa: um filho, um sobrinho, um primo, um amigo ou alguém mais próximo.
As redes sociais facilitam a divulgação instantânea de fatos. Mas, nem por isso, se deve divulgar ou compartilhar certos acontecimentos. Pelo menos, com tanta afoiteza. Deve ser muito triste ficar sabendo da morte de um ente querido através de fotos e vídeos nas redes sociais. A imprensa e os órgãos de segurança pública têm a responsabilidade de fazer a divulgação correta, no momento certo e da forma mais adequada. Deixemos que cada um cumpra o seu papel. Tenhamos mais bom senso e empatia.
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