Fui personagem ! Por que não ?
Na cidade de Miguel Pereira, (RJ), localizada à região da serra Azul, por ocasião da comemoração e confraternização das festividades inerentes ao Natal e consequentemente pela passagem de ano, estávamos nós e toda equipe do jornal Panorama Regional num restaurante, oferecido pela direção, onde curtíamos nosso fim do ano de 1999, final do segundo milênio, entre muitas amizades, muito companheirismo, enfim desfrutávamos de um sólido momento de alegria e paz, a fazer com que descontraídos, cada vez mais, esquecêssemos o que passou no ano.
Um companheiro de redação, colaborador como eu, na área de economia, resolveu tecer comentários sobre nossas atividades jornalísticas, a indagar-me como eu conseguia arrolar tantas histórias e episódios, sem que houvesse repetições de assuntos e se eu não temia no futuro ter esgotado o meu acervo, já que sempre afirmei que os fatos arrolados às crônicas eram reais, portanto, verdadeiro.
Limitando-me a sorrir, o respondi em total bom humor, que enquanto existirem pessoas e vidas, sempre terão personagens e fatos a serem “cronicados”.
Com o farto almoço se desenrolando entre espontaneidade, alegria e tudo que trazia um bom humor àquela confraternização, me sentindo com a “barriga quase satisfeita”, pois sempre deixo um espaço às sobremesas, me dirigi à bancada das mesmas, cuja variedade nos conduzia a gula e fiz a opção as rabanadas e uma concha de creme de leite. Retornando ao meu lugar, tomei o gole do meu vinho Dão, tirei um pedaço da rabanada acompanhada do creme e no que me pus a degusta-los, senti um gosto diferente, um tanto salgado e avinagrado. Retirando da boca, resolvi somente provar o tal creme e não deu outra, estava intragável de se degusta-lo. Olhei à minha mulher, que de frente a mim fazia rosto de espanto, a indagar-me o que foi de errado, talvez pela minha fisionomia contraída que fizera, e a respondi que a sobremesa estava além de um gosto esquisito, parecia que havia tempero no tal creme.
Ela ao olhar o meu prato, se pôs a rir e foi logo dizendo: -- Coloque os óculos...! Você em vez de creme de leite se utilizou de maionese...!
Como se vê leitor, é como lhe digo, respondendo ao meu colega colaborador. Enquanto houver pessoas e vidas, sempre teremos fatos jocosos e pitorescos a serem retratados, ou mesmo dramáticos, muito embora a minha “gafe” haja sido um tanto involuntária, afinal o recipiente aonde supôs conter o creme estava localizado entre os espaços das sobremesas. Talvez se estivesse de óculos, pudesse perceber o equívoco, mas de qualquer forma, foi um incontestável momento pitoresco, passivo de um erro.
Moral da história: Quando nos colocamos à vontade desfrutando de ambientes descontraídos, principalmente em confraternizações onde a camaradagem, a amizade e alegria participativa vivente se evidência, nunca devemos nos descuidar da atenção num todo, pois podemos ser surpreendidos também pelo descuido dos outros e passamos a ser o alvo das atenções gerais...
Ar... Esses “Turistas ceguetas” que dispensam os óculos a atribui-los indispensáveis e desnecessários o uso dos mesmos em determinadas ocasiões, são de fato gostosamente muito pitorescos, a pesar de sua culpa ser um tanto contestável, pela troca do local do creme com a maionese. Mas é isso, e por isto hoje tenho catalogado em acervo, 824 crônicas e apenas 52% delas publicadas nos jornais que me oferecem seus espaços ao longo dos 23 anos de parcerias.
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