Herval, o sedutor decepcionado!?
Herval, um senhor que tive a oportunidade em conhecer durante um evento teatral no Centro Cultural Banco do Brasil, RJ, em que também se tornou um dos historiadores sobre os trens dado ao seu passado em Lavras onde trabalhou na ferrovia Minas Railway aos 19 ano. Como agente ferroviário, entre vários episódios narrados, um me pareceu bem interessante pela jocosidade decorrida, o qual também reconhece como um dois melhores verificados.
Dizia ele, que entre as funções que lhe cabiam, uma era manter as lanternas de carburetos sempre acesas; tanto no interior dos vagões, nos corredores e às portas dos toaletes, como às varandas. Recordando, lembrou-se que toda sexta-feira pelo expresso das 17 hs, com destino a Juiz de Fora, belas moças costumavam embarcar, cuja reputação não eram muito recomendáveis, pois se tratavam de mulheres, como dizem; de “vida fácil”. Todavia para Herval, não havia distinção, já que eram passageiros como qualquer outro, mesmo se discriminando ao optarem pelo último vagão conhecido como bordel. Sabedor pela vivência das suas atividades e por ser um jovem na flor da masculinidade, confessando-se atraído pela natural compulsividade hormonal, depois de concluir a tarefa, posicionava-se no último carro a admirá-las.
Numa ocasião, entre olhares fixos e intensos ficou a “chocar como jacaré”, uma bela e atraente morena acaboclada bem jovem. Depois de intensamente secá-la com os olhos, a amiga sentada ao seu lado, levantou-se, indo se sentar na poltrona do lado oposto. Sorrindo, a tal cortejada gesticulou chamando-o a sua companhia. Não resistindo ao convite, atendeu sentando-se junto a ela pondo-se a prosear. Afinal era a sua vontade mais que desejava, mas a “coragem” o reprimia. Conversa vai, conversa vem, de repente a outra companheira chegou-se dizendo que o carbureto do toalete estava se apagando. Herval levantou-se foi verificar. No que abria o compartimento sobre o toalete no intuito de pegar uma pedra de carbureto, a porta se abriu e Herval é puxado para dentro. Algum tempo depois, perdidos naturalmente aos braços de “Afrodite” naquele minúsculo espaço sob total escuridão, ou talvez a meia luz, já que segundo foi passado pela amiga, luz do carbureto estava em vias de apagar, quando pancadas insistentes tocam à porta. Assustado, o entreabriu e uma mulher sussurrando, diz que o chefe do trem estava a sua procura. Apressado, ajeitou-se deixando o local indo ao seu encontro. Irritado, obrigou-o a trocar as pedras de várias lanternas que estavam apagadas, pois reclamações se faziam presentes. Incluísse esta aqui da varanda. De posse da pedra que utilizaria no toalete, colocou-a imediatamente. Com a luz de volta; a surpresa. O chefe ao observar em Herval manchas vermelhas à camisa, assustado o indaga se havia se ferido. Atônito e preocupado, olhando as manchas e meio desconcertado, constatou tratar-se de batom, resultante dos amasso ocorrido no toalete em que “Eros”, deixou-se pelo “cupido”, envolver-se com a deusa “Afrodite” personificada na bela cabocla que a chocara feito jacaré, e, que foi arrastado num rompante pra dentro do toalete onde trocaria evidente, a pedra do carbureto, que pelo clima não chegou a ser trocada.
Repreendido severamente pelo chefe, Herval teve de amargar três dias de suspensão. O pior, porém, foi à decepção amorosa, pois se julgava irresistível e foi obrigado a pagar pelo momento de prazer, já que a “moça” lhe exigiu a pagar pelos “serviços”, sob pena de acusá-lo junto ao chefe de haver sofrido um assédio sexual, tornando-se “vítima” de um tarado quando se servia “inocentemente” no escuro toalete. Indignado e bem decepcionado, não teve outra alternativa se não acatar a chantagem da morena que o deixou com as calças na mão!
Não só pelo encontro amoroso, pois fora chamado pelo chefe nos momentos coloquiais, e ter que aceitar a cobrança dos serviços dito prestados, como na suspenção pelos dias de trabalho em que abusou da ausência profissional abandonando o serviço...
A partir daquele dia, nunca mais Herval quis saber de ficar no último vagão, em que as “moças” costumavam permanecer durante suas viagens a Juiz de Fora. Seu comportamento, segundo dizia, seria o mesmo que de um sacerdote... Só faltando orar.
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