Por Luis Cláudio de Carvalho
Num tempo em que muitos resolveram resgatar o patriotismo, insistindo na importância do amor à pátria e do respeito aos símbolos nacionais, ainda vemos que a maioria das pessoas não cumpre o seu papel de cidadão. De que adianta se apresentar como uma pessoa de bem e se declarar patriota e permanecer "deitado eternamente em berço esplêndido"? Ora, muito mais importante que ser patriota é exercer a cidadania. A mudança tão desejada, e tão proclamada no período eleitoral, deve começar no nosso comportamento e nas nossas atitudes em relação ao próximo e à sociedade.
Exercer plenamente a cidadania é muito mais que ser um "cidadão de bem", conforme muitos têm se autodefinido. O exercício da cidadania compreende, além da exigência dos direitos e do cumprimento dos deveres, o compromisso com o bem comum, a participação nas atividades públicas e, sobretudo, a responsabilidade social. Exercer a cidadania é, também, trabalhar para melhorar a qualidade de vida das pessoas, começando pelas que estão mais próximas de nós. Devemos ser cidadãos na família, na escola, na igreja, no bairro e no município. Aliás, é no município que as mudanças desejadas, especialmente as referentes às coisas públicas, devem começar.
Quase sempre reclamamos os nossos direitos, mas esquecemos de cumprir os nossos deveres. É muito mais fácil colocar a culpa nos outros, especialmente nos políticos e governantes, e continuar omisso ou cometendo os mesmos erros. Atualmente, existem inúmeras maneiras de participação cidadã: conselhos, associações, ongs... ou mesmo tomando conhecimento das atividades públicas que nos dizem respeito, acompanhando as ações dos três poderes e participando de audiências.
Independente da participação comunitária, se cada um fizer a sua parte, muita coisa pode ser feita. Nossos maiores problemas são em relação à escassez dos recursos hídricos, ao excesso de produção de resíduos e à degradação ambiental. Se usarmos racionalmente a água, descartarmos corretamente o lixo e trabalharmos pela recomposição do meio ambiente, já estaremos dando um grande passo no exercício da cidadania. Com mais um pouco de esforço, ainda podemos ser empáticos, respeitar as diferenças e contribuir para que outras pessoas também possam exercer plenamente a cidadania.
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