Incivilidade foi paga e bem merecida...
Procedentes da cidade de Guaxupé, localidade ao sudoeste mineiro, levados por uns amigos criadores de gados em fazendas no interior do Rio de Janeiro, a participarmos de uma exposição agropecuária, mas que, infelizmente, devido a compromissos a cumprir em dia marcado, fomos obrigados a retornar antes do encerramento, abdicando de suas companhias, inclusive do transporte, a utilizarmos o ônibus de carreira intermunicipal.
O veículo embora confortável, não nos pareceu, a priori, muito simpático no que concerne aos passageiros, dado ao comportamento apresentado por alguns deles durante a longa viagem até ao Rio de Janeiro. Mas infelizmente eram compromissos já assumidos, que não poderíamos deixar de cumprir e lá fomos nós.
Com algum tempo de viagem, dois rapazes posicionados a par de poltronas à nossa retaguarda, resolveram se separar, com um deles a sentar-se em um par vago ao lado oposto do companheiro, a deitar-se atravessado, tal qual fez o outro esticando-se suas pernas a apoiar-se no apoio de braço da poltrona ao lado, o que em consequência interrompia a passagem no corredor, em total gesto de incivilidade e educação.
Não tardou uma senhora que se dirigia ao toalete, com a passagem bloqueada e, após solicitar dos despojados cidadãos licença para passar, e como não conseguiu êxito, se viu forçada a tocar à perna do indivíduo que cochilava e, acordando-o, se lamentou em murmúrios algo inaudíveis. Mas a mulher passou seguindo ao toalete mesmo tendo a passagem parcialmente livre. Ao retornar, a cena foi repetida, só que a mulher um tanto aborrecida, resolveu engrossar empurrando as penas do rapaz, que assustado, abriu os olhos e esbravejou chamando-a de “maluca” a recriminar pela grosseria utilizada. Eu mesmo ao me utilizar do toalete e do bebedouro, pedi licença tocando em suas canelas e prontamente fui atendido em ida e volta; aliás, só voltou à posição de obstrução após eu ter o meu retorno, pois se houvesse bloqueio, utilizaria o critério da mulher, empurrando-as a passar por eles sem ter um mínimo “respeito” pela atitude tomada. Afinal estávamos num veículo onde a educação será sempre observada. Se não houvesse o respeito, não havia porque respeitá-los.
Com mais de horas de estrada, um choramingo de criança ecoou na parte da frente do veículo e uma mulher, possivelmente a mãe, tentou acalmar a criança. Não conseguindo, pois se mostrava, nos pareceu meio enjoadinha, talvez pelas curvas da serra da Mantiqueira, com a mesma no colo, equilibrando-se, a se segurar tendo a mão esquerda no bagageiro superio,do em apoio pelo corredor, atinge a tal barreira das pernas atravessadas, e os idiotas, resolveram, resmungando, recriminar a mulher pedindo que a aguardasse que iriam dar a passagem. Nisso a mulher aflita, cheia de dificuldades para se segurar às curvas da serra, implora dos beócios que a deixassem passar, pois sua filha não estava bem.
Depois de muito pedir licença, eis a maior surpresa, quando a criança enfim bota “a carga ao mar” , mesmo a mãe tentar se abaixar na tentativa de retirar a perna do primeiro imbecil, que provavelmente veio a espremer e comprimir a barriga da criança, e deu no que deu, por sinal bem merecido, ou seja, os marmanjos ficaram encharcados de vômito. O engraçadinho que estava em primeiro plano, teve todo seu conjunto de vestimenta ensopado, quanto ao seu companheiro, foi atingido pela segunda golfada do vômito sobre sua camisa e rosto lavados pela sujeira da “carga ao mar”. Sobressaltados, os “incivilizados e mal-educados”, que ainda tiveram o beneplácito da mãe zelosa de querer evitar sujá-los, ao tentar tirar da reta do vômito, mas “felizmente” não conseguindo, resumiu-se às simples desculpas pelo ocorrido... Com o merecido castigo.
Moral de história: Quando desejamos conforto e espaço para atender nossas individualidades, mordomias e vaidades sem que desejassem admoestados, devemos pagar para tê-las procurando algo compatível às nossas vontades e interesses.
Ah... Esses “turistas mal-educados” que só vivem e visam o egoísmo, se esquecendo de que o bem comum à coletividade, não pode ser de sua exclusividade e, quando tem essa premissa quebrada como castigo, são de fato uns babaquaras e ainda nos brindam com momentos realmente pitorescos, no que pesem às vezes nos trazerem consequências odorantes desagradáveis...
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