LULU escondido com o “rabo de fora”.
Era uma Semana Santa e nós lá estávamos a curtir o feriadão, desta vez à cidade de Serra Negra, SP, onde com um casal nosso amigo desfrutaria não só do lazer, como das cerimônias religiosas.
O hotel tinha suas acomodações lotadas. Entre o número elevado de turistas, um casal que havia se hospedado na quarta-feira, já chamou-nos atenção pelo comportamento, quando já no estacionamento o camareiro ao querer transportar suas malas, fato normal em qualquer hotel, foi interpelado rispidamente pela mulher, que não colocasse as mãos em determinada mala, até volumosa, que ela mesma a transportaria. Desculpando-se, o humilde rapaz seguiu suas ordens e tarefas.
No decorrer do dia, o tal camareiro, talvez se sentindo magoado, pois acreditava ter perdido a gorjeta pelo não esperado rompante da “coroa” passou a observa-la, e notou que o casal tinha um comportamento estranho, já que nunca se faziam um par; ora era o homem, ora era a mulher sempre desacompanhada, inclusiva durante o almoço o cidadão permaneceu quase o período todo só. No jantar a cena se repetiu. Quando saiam a passear, sempre conduzia sua mala cinza até ao estacionamento. O camareiro ao passar os olhos à ficha se surpreendeu ao observar a recomendação, onde só arrumassem o aposento após as 10 horas. Desconfiado, comentou com o gerente todos os fatos que ocorriam, mas infelizmente o mesmo não deu a devida atenção. Inconformado, solicitou de uma das camareiras encarregadas da higienização e arrumação dos quartos, para verificar sobre uma mala de lona cinza. Nada houve de anormal quanto à dita valise. Pois não foi encontrada e só se era guardada no armário.
Na sexta-feira a Paixão, um hóspede que à sala de estar, guardava a abertura do refeitório, indagou do camareiro se o hotel indicaria algum hotel de cães pois tencionava quando aqui retornasse trazer o seu animal, vez que em Águas de Lindóia nesta tarde, quando ali passeava, viu um casal, hóspede do hotel, conduzindo na coleira um cão da raça Fox Térrier. Acompanhado do mesmo foram até à entrada do refeitório, onde apontando para o casal esquisito já a mesa, embora os dois e anão apenas um deles, como comumente procedem e perguntou; -- Por acaso é aquele?
Depois de confirmar a suspeita, o camareiro caminhou até ao casal e com ares de susto informou; -- Os senhores desculpem atrapalhar o jantar, mas o cão de vocês parece que fugiu do quarto !?
Ambos ergueram-se da mesa e apressadamente foram em direção aos aposentos, regressando logo a seguir um tanto desconfiados e prosseguiram no jantar a possivelmente a saborear as Trutas Morita servidas. Só que ao deixarem o refeitório, foram obrigados a comparecer à gerência e tiveram a recomendação para fechar a conta e fazer o cheque on. Ou melhor, deixar o hotel , por ludibriar as normas prescritas quanto a esconder animais nos aposentos. O que não é permitido no nosso hotel.
Moral da história: Quando se tenta burlar uma Lei, um regulamento ao ser flagrado, seja qual o motivo, arca-se com as consequências sem que haja algum argumento conciliatório, mesmo tratando-se da Sexta-feira da Paixão e não querendo se passar por crucificado.
Ah... Esses turistas “ *rageriomagrianos” atribuindo ser o cão um ser humano, são inteligentemente deveras pitorescos...
PS* Termo usado pelo Ex-Ministro do trabalho, fazendo alusão ao seu cão, Rogério Magri. Não me recordo em que época e ministro de qual presidente.
O texto acima expressa a visão de quem o escreveu, não necessariamente a de nosso portal.
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