Nada que o vinho possa conter.
Algum tempo atrás, eram comuns os hotéis do interior mineiro, principalmente, oferecer aos seus hóspedes, mormente aos fins de semana, uma noitada de queijos e vinhos aqueles que possuíam além dos desjejuns, as refeições completas em suas diárias. Hoje, sabemos que pouquíssimos hotéis ainda se utilizam com essas práticas aos hóspedes, vez que oneravam sobremaneira seus orçamentos e, portanto, este passadio incluso as refeições, que por sua vez, já se faz extinto a arrastar os ditos agrados, se tornaram fora de propósito comercialmente.
O fato o qual exponho nesta crônica, ocorreu numa ocasião quando nos encontrávamos à cidade de Araxá, MG, cumprindo um roteiro pré-determinado por aquela região, onde pela primeira vez lá visitávamos.
Aquele sábado por coincidência, o jantar seria oferecido às 18,30hs. até o limite de 20horas para quem não quisesse participar da noitada de queijos e vinhos, cuja reserva feita junto a gerência, previa canja e salada e doce de abóbora com queijo de minas, já que aos participantes da noitada seria cobrado uma espécie de couver, pois teríamos música ao vivo por um tecladista durante o evento.
Às 21 horas, foi aberto o salão a dar início à noitada. O local mantinha-se bem decorado e sugestivo, tendo ao centro do salão uma imensa e lauta mesa, onde via-se ornada decorativamente grande quantidades de queijos às bandejas, fatiados, parcialmente, diversos fundis, inúmeros garrafões de vinho de várias especificações e marcas, pães de sal, centeio, croissant, brioches, de formas e outros em pequenas cestinhas de vime, enfim aquela mesa em si tornava o ambiente de certa forma extremamente requintado, onde a um canto o tecladista dava com suavidade o seu toque de classe, a tornar o evento ainda mais aconchegante e agradável. O clima reinante imperava e a tranquilidade e a harmonia, com os hóspedes a conversarem entre si num congraçamento total e descontraído. Todavia como tudo na vida tem o seu lado negativo, claro que aquela dita harmonia tinha de ser quebrada depois de quase uma hora de prazer, quando deixando sua mesa, um casal que fazia parte de um grupo de três outros casais, e põe-se a dançar e, em voz alta, a chamar pelos companheiros à mesa, a classifica-los de bobos, panacas e outros pejorativos, por não vir para pista a dançar.
Na pista de dança, já dançando tranquilamente, dois casais aproveitavam do teclado romântico, para demonstrarem seus sentimentos amorosos, naturalmente imbuídos pelos vinhos ingeridos, porém, sem que o excesso viesse a interferir no procedimento pessoal. Ao contrário do casal que galgou a pista que veio demonstrando toda a sua falta de compostura e civilidade a fazer com que os seus amigos à mesa resolvessem ir à pista juntando-se ao seu alarido de “educação”, a tornar o ambiente seleto e educado, até então, um tanto desagradável.
Não satisfeitos, resolveram mostrar suas habilidades de dançarinos, a ponto de interromper o dançar dos pares dançantes, tais eram os absurdos e trejeitos exagerados efetuados por passes e rodopios. De repente um estrondo rompe no salão. Dois dos quatros inconvenientes casais se esbarram durante a “exibição da empolgação”, perdem o equilíbrio impulsionado pela “ingestão etílica” e caem sobre a mesa quebrando tudo que estava as suas frentes, como: copos, taças, pratos, garrafões, garrafas de refrigerantes, travessas e louças de um modo geral. Parecia um vídeo cassetada.
Moral da História: Quando não se possuem princípios, dignidades, respeitos para conviver em ambientes que não estão à altura, o “querer aparecer”, é o recurso usado para tentar igualar-se por baixo, a sua educação, mas que acaba sempre piorando o que já se fazia pior...
Ah... Esses turistas inconsequentes que em consequência das suas inconsequências por serem consequentemente desprovido de educação, sem contestação, são de fato bem pitorescos...
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