Embora já houvesse desfrutado do teleférico de Poços de Caldas, me veio a vontade de curti-lo novamente, afinal a vista panorâmica da cidade e das serras circundantes, é qualquer coisa acima de deslumbrante, que fascina.
Dado o desinteresse de minha mulher pelo passeio, felizmente, por não ser adepta desta prática de lazer, me vi no patamar de embarque à espera de iniciar o extenso e alto percurso, quando duas atraentes balzaquianas, chegaram. Uma delas visivelmente tensa a lastimar e, arrependendo-se de estar ali, já que segundo dizia, tinha pavor de altura. Tentando acalmá-la, esclareci-a, que o veículo era seguro possuindo quatro lugares, dois em cada extremidade, sendo hermeticamente fechado, dando a sensação de estar no interior de um automóvel.
Acomodados no bondinho, lá fomos nós espaço acima, com a mulher, “tensionada”, estática, de olhos cerrados e muda ao lado da amiga, em visível pavor. Apreciando o belo panorama, à medida que nos elevávamos, o balanço natural provocado pelo vento, também tornava o veículo mais solto, o que aumentava a tensão dela. Na primeira torre de sustentação, ao passarmos, uma trepidação normal aconteceu. Nesse instante a mulher assustou-se e, quase gritando, disse que ia desmaiar e clamou por ajuda. Ao nos aproximarmos da segunda torre, tentei preveni-la da trepidação, mas não adiantou, porque a mulher se descontrolou, dizendo que estava se urinando de medo.
Preocupada, a amiga tentava acalmá-la, pedindo-lhe que se “segurasse”, pois seria pior se ficasse toda mijada. Nisto, não atendendo a companheira, ela insistia que não dava mais para segurar. Apressada, a amiga elevando-a do assento do banco, puxou-lhe o zíper da calça, que começou a arriar junto com a calcinha, pedindo a minha ajuda para ajudar a arriá-la até aos joelhos, para evitar molhá-la com o xixi.
Apoiando-se em mim, também agachado, que cumpria a solicitação mesmo sem jeito, “desaguou” toda sua tensão entre muitos respingos espalhados, a nos salpicar, alagando o bondinho que, tranquilamente, subia no seu caminho aéreo.
Já composta, sentada, menos estressada, embora ainda tensa, me pediu desculpas pela “tragédia” e por haver habilmente conseguido ajudá-la a evitar que tivesse as calças todas molhadas, passando-me um lenço perfumado para me enxugar...
Moral da história: Nada como poder separar as coisas num momento emocional...
Ah... Esses “Turistas Imprevisíveis”, cujas atitudes tomadas às vezes fogem ao comportamento, em detrimento da razão que as tornam desequilibradas, são na verdade, muito pitorescas, quando ao retornarem a razão, sentem o quanto de hilariantes foram pelo procedimento praticado, sem que houvesse atinado o que aquela cena polêmica, poderia trazer de suspeitas sem precedentes de infidelidade...
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