Naturismo ou nudismo; é tudo igual?
Curtindo a quietude matinal à beira daquela piscina, entre as paisagens generosas que as nossas vistas despontavam entre pássaros em revoadas e outras tantas visões que nos transportavam aos devaneios a retroceder no tempo um passado de deliciosas lembranças, que mesmo entretido às páginas de um livro, deixava-me vez por outra levar por aquela calma e retomar a leitura. De repente fui abordado por uma jovem a entregar-me um encarte publicitário. Agradecido, vi e li que se referia a um recanto naturista, cuja ilustração mostrava um maravilhoso local e o entremeei entre as folhas do livro apenas como boa educação perante a jovem.
Não tardou, observei que uma conversa mais intensificada destacava-se. Desviando o olhar, vi dois casais, em que um dos cidadãos de pé, procurava talvez, dado a ênfase, impor sua opinião, que pelo diálogo se via em desacordo com as duas mulheres e o amigo. Aguçando o ouvido, percebi que o “debate” tinha a ver sobre o encarte entregue pela moça.
Ao erguer-me no intuito de um mergulho, após fechar o livro e deixa-lo sobre a espreguiçadeira, o cidadão contestado solicitou-me a presença e eu educadamente o atendo. Indagou-me se por ventura conhecia sobre naturismo e se eu concordada que esta palavra era a forma sofisticada e pomposa de encobrir uma colônia de nudismo, visando atrair os incautos ou menos esclarecidos Sorrindo, o respondi que conhecia bem do assunto e que em parte, não tirava sua razão quanto da aplicação do verbete “naturismo” cujo significado talvez pudesse incorporar ao nudismo, embora tal prática possua regras e regulamentos específicos e não a confundir com o nudismo o qual foi instituído no Rio de Janeiro há décadas pela lendária Luz del. Fuego, em que a população moralista da época considerava como sinônimo de libertinagem, promiscuidade, devassidão, prostituição entre outros qualificativos. Portanto a considerar na atualidade, cada um que faça o seu conceito e tire suas conclusões, apenas não se deixando levar por hipocrisias, pois a nudez tem o seu lado de arte. Afinal o traje que compôs o ser humano nos primórdios da civilização, visava o seu uso em protegê-lo do clima e não pelo pudor ou “moralidade” o qual passamos a ver maliciosamente depois do aparecimento da religiosidade, em que “Adão e Eva” pelo pecado se cobriram com as folhas de parreira segundo a história e lenda...
Cai na piscina deixando o cidadão exclamativo ao sabor das suas conclusões...
Moral da história: Respeitar uma opinião, mesmo que vá de encontro a nossa, não significa necessariamente que deixemos de ter personalidade...
Ah... Esses “turistas intransigentes” dono da verdade, quando se sentem contrariados nos seus conceitos e opiniões diante de argumentações que divergem do seu ponto de vista, são sem contestação uns irascíveis que não passam de eternos pitorescos... Entretanto, quanto a formulada indagação, nota-se que desconhece o tema, atribuído naturismo o mesmo conceito de campo de nudismo, cujo objetivo para ele ainda tem resquícios de um passado bem distante...
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