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Domingo, 23 de Marco de 2025
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Nem tanto nem quanto, Santo-Ofício!

O uso do poder, não da o direito de impor a nossa vontade, atribuindo que só vêm a nós, aqueles que dela aceitam...

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
Nem tanto nem quanto, Santo-Ofício!
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Num início de noite de um sábado como habitualmente procedemos, fomos assistir a missa. Entretanto por estarmos em viagem, nos valemos na localidade onde nos encontrávamos, utilizando a orada próxima do hotel, cuja presença dos fiéis e bem como dos hóspedes se fazia bem concorrida, o que até nos causou certa admiração.
Com o templo repleto, um grupo de turistas – caracterizado pela óbvia vestimenta onde bermudas e camisetas eram predominantes – posicionou-se ao fundo e nas laterais do templo de pé. Todavia já com o vigário presente, iniciou-se a celebração da cerimônia sob o silêncio respeitoso que pede o momento religioso.

Só que para a surpresa e perplexidade da assistência, o celebrante, talvez naquele dia estivesse um tanto intempestivo, resolveu interromper a liturgia e pôs-se de forma enérgica, caracterizado por um sotaque saxão, a criticar grosseiramente as pessoas, personificadas pelo grupo de turistas que ali se mantinha contrito, atribuindo como falta de respeito por estarem descompostos pelos seus “trajes imorais”. Extrapolando no disparate, ainda agrediu moralmente as mulheres, taxando-as de obscenas e despudoradas, pois ali não era um bordel e que deveriam se compor, principalmente quando à presença da hóstia por ocasião da comunhão, pois Deus não aceitaria o indecoro.

Em suma, depois de “pagar geral” e deixar os fiéis estarrecidos pela “dita” descompostura, acabou “solicitando” para aqueles que não estivessem “vestidos condignamente”, a que se retirassem da Casa de Deus. Claro que o “Sermão” caiu como uma bomba causando profundo mal estar, provocando constrangimento e indignação aos fiéis e, uma romaria silenciosa deu início à retirada dos “não condizentes”. Só que em solidariedade aos ofendidos, nos retiramos. Mas para nossa surpresa, observei que nosso gesto fez com que grande número de fiéis, também se juntasse a nós e, deixamos o templo...

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Soubemos posteriormente pelo sacristão, que por acaso era garçom do hotel, que apenas algumas senhoras permaneceram à igreja, cuja homilia baseou-se no ataque contundente e imperativo contra aqueles, que diziam estar se insurgindo aos dogmas da igreja.

Moral da história: O uso do poder, não da o direito de impor a nossa vontade, atribuindo que só vêm a nós, aqueles que dela aceitam...
Ah... Nós “Turistas Santos Oficiados”, quando nos vemos diante de medievais religiosos e somos obrigados a nos manter pacíficos, aceitando dogmas inquisidores em pleno século XXI, só nos resta lamentar e curtir o instante, dado ao lado até pitoresco que a cena proporcionou. Lembrando que a inquisição acabou há vários séculos...

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