A temporada das férias de verão apresentava-se bem concorrida naquele início de fevereiro, na cidade de Cachoeira de Macacu, região serrana fluminense próxima à Nova Friburgo. No Hotel Fazenda onde nos encontrávamos, o número de turistas era grande e, como tal, a diversificação de comportamentos se vivenciava a cada observação.
Em destaque, havia um grupo de três casais amigos, que se diferenciava bastante das demais pessoas, pela constância com que se utilizava das “incursões arrojadas” às matas na busca da essência primordial da vida; a natureza, que ali ainda se mantêm preservada. Essa fixação ecológica nos foi revelada por eles, em raros momentos de conversação junto aos hóspedes, dizendo fazer parte do restrito e seleto clube dos amantes do naturismo, desprovidos de qualquer preconceito, machismo, satisfação à sociedade repressora, e não serem pudibundos enrustidos. Eram pessoas convictas, de mentes arejadas e abertas, voltadas exclusivamente para a natureza, fazendo parte no contexto do ecossistema, incorporando suas vidas à liberdade e ao saber viver. A excentricidade exposta e demonstrada tornava o grupo, motivo de comentários variados, dividindo-se as opiniões e claro, não se levando em conta a evidente hipocrisia.
Ao final de uma manhã, quando a maioria das pessoas desfrutava da deliciosa piscina, curtindo o belo sol da montanha, uma cena estranha nos chamou a atenção, quando um dos “casais naturistas”, se chegou aos trancos e barrancos na área do estacionamento, ficando a discutir acirradamente em voz alta e agressiva, a ponto de em dado momento, o cidadão empurrar a mulher jogando-a ao chão! As suas duas amigas que se encontravam àquela manhã na piscina e, não haviam participado do passeio ecológico, acorreram em auxílio da colega agredida. De repente, um tanto ressabiados, surgem seus dois maridos, que estavam em companhia do casal em desavença. Não demorou muito, a discussão se generalizou entre as duas mulheres e os dois maridos, com sobras evidentes atingindo a solitária agredida, - que nos parecia ser o pivô de todo o furdunço – onde recrudescia uma enorme baixaria, que deixava a seleta plateia da piscina, perplexa e a deliciar-se com as cenas hilariantes da jocosa comédia.
Segundo soubemos depois, a mulher do “naturista mor”, resolveu tirar a roupa na cachoeira, ficando a desfilar nua junto aos outros dois cidadãos, que pelo visto, não “aguentaram” as normas naturistas e, resolveram extravasar o sentimento masculino, “ouriçando-se” diante da “bela Eva”, desprovida do seu Adão.
Só que o seu Adão, flagrou os “traidores naturistas” e, em atitude machista e repressora, trouxe a “inocente Eva” de volta ao hotel, encerrando o extasiante “strip-tease”.
Moral da história: Por mais naturista que se possa ser, nunca se estará livre de uma recaída, quando se é atingido no âmago do instinto por falta de pudor, com a alegação de que o retrocesso, deveu-se ao fato de se estar fora dos locais apropriados à prática do nudismo...
Ah... Esses “turistas amantes do naturismo”, quando sente na carne a força natural do instinto animal e, se vêm como bobos da corte... Ficam de fato ridicularizados perante a tal sociedade repressora em todos os sentidos! São verdadeiramente muito pitorescos... A crer que “cobra” não sobe em mata fechada, mas que rasteja enquanto oportunidades aparecem...
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