O canarinho otomano hitlerizou-se !
Reunidos à sala de TV daquele hotel à cidade de Conservatória, RJ, lá estávamos nós sob alguma tensão e porque não um tanto apreensivos e ansiosos pela partida de futebol que seria realizada entre Brasil e Turquia, os semifinalistas, da copa do mundo. Aquela preocupação devia-se pelo fato da seleção da Turquia estava sendo a sensação da copa, mesmo ser o Brasil o franco favorito pelas evidências no seu retrocesso futebolístico,
À medida que se aproximava o início da partida, mais hóspedes se chegavam acomodando-se às cadeiras e a aumentar o vozerio histérico entre “comentaristas” otimistas e pessimistas. A parte bem posicionado frente a TV, confesso um tanto apreensivo. Afinal os otomanos não chegaram àquela posição a toa, pois possuíam méritos pelo que vinham demonstrando até então. Portanto, só me portava a ouvir as considerações incentivadoras dos locutores e a “técnica” dos comentaristas. De repente ao fundo da sala, um cidadão resolveu tecer comentários desairosos e pejorativos a nossa seleção, onde em visual contrariedade dizia-se torcedor da Turquia. Outro a seu lado indignado pelo comportamento o retrucou a indagar se ele não era patriota. O “Sr. Contra” com Sár castidade e ironia o respondeu que futebol, seleção, nada tinha a ver com a pátria, pois o que estava em jogo era o interesse dos atletas profissionais e mercenários. Portanto, queriam apenas vencer de todos visando os dólares pelas premiações de campeões. Ganhar representaria futuros bons contratos, publicidade em alta e milhões de “verdinhas” para os bolsos.
Os hinos são executados com alguns presentes erguidos e perfilados entoam o nosso “ouvirando”, (hino nacional) inclusive o Dr .Contra para nossa surpresa... O jogo se inicia. O silêncio se faz presente só quebrado vez por outra quando ocorria um lance mais perigoso e acirrado. Assim foi até o término em um OXO do primeiro tempo, dando início ao vozerio entre comentários e opiniões nervosas, bem como “análises técnicas” dos técnicos ali presentes.
Já com o segundo tempo ocorrendo, depois de ouvir incomodativas exaltações aos briosos turcos como: Vastuks, Sas, Emis, etc... Deu felizmente a lógica com aquele memorável “bicão” do nosso fenômeno Ronaldo e o Brasil foi para a final, com a euforia generalizada envolvendo a todos entre abraços e comemoração. A exceção ao otomano Dr. Contra que ao sair de fininho, triste e abatido, resolveu aparecer dando uma de hitlerista a apregoar ironicamente que a Alemanha seria a campeã, pois possuía melhores esquemas e jogadores... E o mais importante, possuíam vigor, força e confiança...
Moral da história: A contrariedade às vezes contraria ela própria, sendo contrariada no que contrário se deseja...
Ah... Esses “ turistas malas sem alças” que primam por ser contra a tudo e a todos, quando se frustram no seu intuito, não deixam de ser uns incontestáveis pitorescos dignos de boas gozações...Naquele ano, 2002, o Brasil se sagrou pentacampeão do mundo derrotando a Alemanha por 2X0.
É depois desta consagradora e maravilhosa vitória, parece que a “praga” daquele “otomano” vingou e nunca mais fomos campeões e já faz quase 20 anos... Dá última conquista...
José Luiz Ayres
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