O desrespeitado foi quem salvou o afogado!!!
O episódio que o transformei em crônica, me foi narrado pela amiga Marlene, quando comandava a excursão à cidade de Visconde de Mauá, (RJ) e teve a quase insatisfação de presenciar uma tragédia, mas que graças a Deus um cidadão que fora destratado e desrespeitado na sua dignidade, mostrou tratar-se de um cidadão acima de qualquer dificuldade, ou mesmo indiferença com quem os destratou.
Naquele hotel fazenda, numa manhã esplendorosa, em que o céu totalmente azul com o sol brilhante tentando aquecer a manhã ainda fria naquele período de inverno, à borda da piscina um número razoável de aficionados por este tipo de lazer, sentados às cadeiras e espreguiçadeiras em grupos distintos, conversavam animadamente, com muitos a bebericar seus drinques e bebidas prediletas; o que não deixava de ser até estranho, dada a hora presente. De súbito, um grupo de alguns jovens se chega fazendo um estardalhaço acomoda-se a uma das ainda mesas do mezanino do deque da piscina e posiciona duas garrafas de Whisky.
Com o decorrer do tempo, com as garrafas já quase consumidas, onde ingeridas pelo gargalo iam sendo “destiladas” goela abaixo, a conversa entre eles começa a se tornar um tanto desagradável, onde palavreado inconveniente passou a ser a tônica de um mal estar a todos ali presentes, não que fossem “puritanos”, mas o excessos no palavreado, os deixavam evidentemente constrangidos, a ponto de algumas pessoas e seus filhos começarem a se retirar.
Um cidadão de meia idade que ali com sua mulher compartilhavam do lazer, ergueu-se da mesa e, educadamente, dirigiu-se aquele grupo de inconsequentes e de forma educada e pacífica, solicitou um pouco de moderação nos excessos, respeitando as senhoras, moças e porque não as crianças ali presentes.
Calados permaneceram a ouvir os apelos do “coroa”, que após se retirar, parecendo até como represália, a algazarra e os impropérios retornaram mais intensos com inclusive cenas de obscenidade. A retirada dos hóspedes continuou ser efetuada gradativamente, até que resolveram cair à piscina, em mergulhos desordenados e espalhafatosos a espalhar água por todo lado e aos próximos a sua mesa, transformando a piscina como um local impróprio ao lazer.
De repente, um daqueles desrespeitosos indivíduos, talvez pelo excesso do álcool ingerido, se chega à superfície da água visivelmente descontrolado se debatendo de maneira aleatória e logo submerge. Foram três vezes seguidas, sem que um dos colegas atentasse que o mesmo se encontrava em dificuldades.
O “coroa desrespeitado”, ao sentir a aflição do rapaz, ergue-se da cadeira e joga-se à piscina e com muito esforço o retira da agua já desfalecido e inicia massagem cardíaca de forma incansável e a aplica-lo respiração boca a boca, o que fez trazer de regresso a vida, após por para fora uma boa quantidade de água. Seus colegas ali, possivelmente aflitos sem saber o que fazer, talvez apelasse a Deus para que o “coroa desrespeitado” salvasse sua vida...
Moral da história: O respeito ao semelhante sempre deverá ser respeitado, pois o desrespeito poderá ser em respeito à própria vida. O que poderá não salvá-la se não houver respeito por ela também...
Ah... Esses “turistas” donos absolutos do pedaço, a desrespeitar ao seu semelhante, se achando o rei da cocada, quando se encontram em dificuldades e tem nestes semelhantes seus salvadores, não deixam de ser um inconsequentes e, por que não, uns turistas mais que pitorescos...