O dito Super.- Homem quase congelou...
Por volta do final da década de 90, ou mais ou menos nesta época, o inverno realmente se apresentava como sendo de fato a estação fria, a deixar as pessoas a curtirem o frio na sua essência, a retirarem de seus guarda – roupas os casacos, suéter, gorros, cachecóis, meias de lã, enfim tudo que diz respeito a se resguardar, a evitar doenças respiratórias, gripes, pneumonias, bronquites, resfriados o qualquer mal que viesse trazer complicações à saúde.
Naquela oportunidade, a cidade de Lambari, que tem como Nossa Senhora da Saúde padroeira da cidade, reverenciada no mês de julho através de festividades durante a 2ª quinzena, localizadas no adro e jardins à parte de trás da Matriz, em que sorteios de brindes, leilões, bingos e barracas diversas com grande variedades de guloseimas, pratos servidos quentes, enfim tudo que se podia imaginar ali era oferecido aos participantes, turistas e visitantes em forma de quermesse, cuja arrecadação vinha em benefício da igreja Matriz. Foram alguns anos de comparecimento ao evento, inclusive trazendo conosco parentes e amigos para conhecer o nosso sul de Minas e as festividades.
Na ocasião, veio nos acompanhando, um casal de amigos; Hélio e Magali, que embora já conhecesse São Lourenço, como afirmou, nunca se preocupou em visitar Lambari, mas aceitou o nosso convite. Dando as coordenadas sobre o inverno, falei da necessidade em trazer agasalhos, pois aqui o frio é bem denso e se faz uso de roupas quentes, pois inúmeras vezes tivemos temperaturas abaixo de “0”durante as festividades e a sensação térmica por volta -5 a -7 graus. Portanto, não deixe de trazer agasalhos. Em resposta, apenas disse: -- Deixa comigo, num tem frio que me derrube.
Todavia ao chegarmos a Lambari, por volta de 11 horas, a coisa mudou para pior, pois o termômetro na praça marcava 12 graus. Seria um prenúncio que frio na noite vinha bem forte. À noite ainda no hotel, aguardando a chegada de Magali para seguimos a festa, ao observar que o amigo, apenas estava vestido com uma camisa de linho branca e bermuda trazendo à mão um casaco Jean, procurei alertá-lo mais uma vez para o frio que já prevalecia na rua. Sorrindo, Hélio com certo sarcasmo falou: -- Já estive na porta de entrada por algum momento e não senti nada de mais.
Já contornando a praça em busca de vaga, a encontrei e estacionei o veículo. Todavia ao abrir a porta, uma gélida friagem invadiu o carro, a causar comentários sobre a intensidade do frio. Coincidência ou não a olhar a nossa frente, lá estava o termômetro acusando 4,5 graus. O Super-Homem nada disse, apenas vestiu a jaqueta fechando o zíper até a gola a posicionar as mãos nos bolsos da bermuda de linho.
Depois de sentarmos no interior de uma barraca e solicitar da moça que servia, optamos então por canja bem quente a todos. Enquanto aguardávamos a fumegante guloseima, petiscávamos os serviços oferecidos. Depois de fartarmos com a fumegante canja, por sinal deliciosa, permanecemos a curti a festividade. Mesmo com a densa aglomeração, de gente, a brisa que soprava, nos dava à sensação térmica de ainda mais frio, embora estivéssemos aconchegados.
Passava de 1 hora da madrugada, com as barrigas repletas de quitutes e sopas, quando deixamos a festa em direção ao carro. O nosso “calorento” mal podia falar, pois tremia uma barbaridade, principalmente a observar o termômetro da praça esta marcando “0” grau e o carro a deixar o sereno congelado formar crosta de gelo no capô, vidros e teto, a ponto de esconder a cor do veículo, Vermelha.
Pela manhã ao descermos ao desjejum, eis a surpresa. ¨Todo agasalhado até de forma um tanto exagerada o nosso Super-Homem, lastimava-se por haver conseguido arranjar uma forte gripe depois de vários espirros e tosse.
Moral de história: Sentir frio é natural no ser humano e pretender abusar, fingindo-se diferente só para exibir-se, pode trazer consequências danosas a saúde.
Ah... Esses “turistas ditos Vigorosos” que adoram aparecer expondo-se a exibição pública suas “qualidades” de Super – Homem, mas que na realidade não passam de uns “babacas”, são de fato uns tolos a nos oferecer instantes bem pitorescos...
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