O dólar furado...
Marlene, nossa conhecida guia de turismo, que militou por anos nessa laboriosa prática de lazer, entre a infinidade de fatos ocorridos em seu trabalho, os quais já tendo alguns aqui como crônicas, não me furtaria a expor o que veio a causar grande complicação, pela possível ingenuidade de ação tomada diante de tão simples acontecimento, que poderia ser entregue a polícia local em operação simples.
A cidade de Arraial d’ Ajuda em Porto seguro (BA) estava em plena temporada de férias de verão. Seus hotéis e pousadas e resorts, apresentavam-se lotados e o famoso balneário fervilhava de turistas a disputarem os espaços a cada palmo de areia em suas praias, bem como à presença nos restaurantes, bares, biroscas e barracas. Parecia uma Babel, tal a diversificação de pessoas de raças e nacionalidades que se misturavam no dia a dia em participar dos lazeres praianos.
Dois casais jovens que pela coloração os cabelos avermelhados e na alvura das peles, levava a crer serem oriundos do sul do país, que faziam parte da excursão guiada por Marlene, encontravam-se àquela manhã ensolarada na praia do Parracho, considerada a muvuca dos jovens. De repente é observado um cidadão que se chega com sua parafernália de praia como; cadeira, guarda sol, mochila as costas, chinelo de dedo, trajando camisa florida e bermudão branco, que após fincar à areia seu guarda sol, se apodera do espaço. Mesmo gorducho, conseguiu acomodar-se a cadeira e lá ficou a curtir o mar e suas delícias visuais, depois de colocar à cabeça o boné que ia protegê-lo à sua simpática careca bem avermelhada. Claro que pelo comportamento e pela “figura exposta” só poderia se tratar de “GRINGO” a curtir o sol tropical do Brasil
Passado algum tempo com o sol se mostrando bem forte, o cidadão retira-se a arrumar toda sua dita parafernália praiana e deixa a praia. Os casais sem se aperceberem, observaram que o Gringo havia deixado algo na areia. Mesmo havendo comentário de uma das moças, não se ligaram e continuaram nos seu mergulhos e banhos. Mas logo a seguir, um caiçara que caminhava ao longo da praia, abaixa-se e apanha o tal objeto escuro na areia. Sua reação “a posteriori” ,foi de espanto. Um dos rapazes notando a atitude do caiçara o indaga que estava ocorrendo. Chegando-se junto aos casais, lastimou que o dinheiro, maior parte era estrangeiro e reais tinha só uns R$180,00.
Observando tratar-se de muitos Dólares, os casais talvez de “olho grande” ,lamentando não ter se ligado quando na hora, se falou sobre a tal carteira, notando o estado humilde do cidadão, propuseram ficar com a carteira em troca de R$1.000,00, o que o pobre homem arregalando os olhos, não titubeou em aceitar.
Contado os Dólares, verificaram que o total atingia U$28.520,00 em notas à maioria de U$100,00. Felizes levantaram acampamento e se foram cheios de alegria, desfrutar do “maravilhoso tesouro”, Iniciando com uma moqueca baiana composta de muitos camarões como a entrada no lauto almoço no quiosque da praia, regado a abusivo cervejal entremeado a muita agua de coco.
Ao final de tarde, Marlene se vê as voltas com a gerência do hotel, que buscava encontrar os dois casais de catarinenses, que por ser aquele dia livre aos turistas da excursão, não sabia aonde se meteram. Já que a polícia os procurava por estarem passando dólares falsos pela cidade. E já havia denuncia por muitos negociantes locais.
Moral da história: A esperteza, a vivacidade quando usadas no mau sentido sobre um incauto, um xucro, ou mesmo um ignorante na tentativa de se levar vantagem, sempre há de ter a hora que passamos a ser um deles levado pela demonstração da boa fé que esses “supostos Ignorantes” nos passam espertamente.
Ah... Esses turistas espertos quando se tornam tolos e idiotas, são sem contestação de fato uns ternos pitorescos...
- - Segundo Marlene, após permanecer uma noite inteira à DP local e não saber dos quatro turistas integrantes à sua excursão, pois segundo a administração do hotel, depois de abrir os dois apartamentos, nada encontrou, apenas um papel escrito em ambos locais, com a palavra: FUI...
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