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Terça-feira, 25 de Marco de 2025
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O fantasma da velha Filó

Quem procura, Acha...

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
O fantasma da velha Filó
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A lenda da Velha Filó

 

          Esta semana, resolvi recordar de mais uma das histórias narradas por meu pai Luiz Ayres,  baseada num fato ocorrido, cuja repercussão, na época, quase se tornou uma lenda na cidade de Itajubá (MG). Contava-se que por volta de 1930, uma senhora, ex-escrava de nome Filomena, vivia a mendigar às cercanias da estação ferroviária e que tinha hábito de varrer a área fronteiriça e a própria gare. Em troca desta rotina, costumava ser agraciada pelas pessoas que ali passavam, com moedas e notas e quando em vez algo que servia de alimento que praticamente era seu sustento. Numa manhã de intenso inverno foi encontrada morta; enrolada em seus trapos, debaixo de sua vassoura de ramas de bambu sob a pequena marquise num canto da estação.

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          A partir de então, óbvio, pela crendice, pessoas passaram a ver sua alma penada e escutar o som de varredura às dependências da estação. Claro que tais visões sobrenaturais se espalharam e a gare tornou-se mal assombrada a trazer certo pânico aos funcionários e freqüentadores.

          Numa ocasião, um novo servidor de nome Olivério, chegou à estação para iniciar suas atividades. Recepcionado pelos colegas, tomou conhecimento da lenda da Velha Filó,  a qual não se importou, dizendo-se católico e não acreditava nessas bobagens. Dias se passaram com Olivério demonstrando seu valor, quando foi incluso na escala noturna pela primeira vez.

          Chegando à estação às 17 horas, ocupou-se em verificar as tarefas integrando-se ao trabalho. Na turma do plantão, estava o telegrafista Oliveira, o qual se tornou o companheiro mais chegado, que de acordo com as recomendações deixadas pelo chefe da estação, solicitava que limpasse a plataforma junto aos armazéns, pois houve o descarregamento de vagões de tijolos. Após os afazeres de praxe, ter o lanche concluído e atender o expresso das 20 horas e trinta minutos, passou a mão no lampião, pois na plataforma do armazém não havia luz, juntou a vassoura e saiu em direção ao local. Com o tempo passando e a missão quase concluída, de repente observa à ponta da plataforma, um vulto de branco com a vassoura de bambu a varrer aonde havia limpado. Receoso, elevou o lampião para ver melhor quando, sobre palavras enigmáticas, o vulto coxo, erguendo a vassoura, sai a caminhar em sua direção. Perplexo, recua um tanto vacilante e põe-se em disparada adentrando à sala da administração a fechar a porta. Os colegas que ali estavam se entreolham com certo sarcasmo e Olivério, ofegante, fala: - É o tal fan

A lenda da Velha Filó

 

          Esta semana, resolvi recordar de mais uma das histórias narradas por meu pai Luiz Ayres,  baseada num fato ocorrido, cuja repercussão, na época, quase se tornou uma lenda na cidade de Itajubá (MG). Contava-se que por volta de 1930, uma senhora, ex-escrava de nome Filomena, vivia a mendigar às cercanias da estação ferroviária e que tinha hábito de varrer a área fronteiriça e a própria gare. Em troca desta rotina, costumava ser agraciada pelas pessoas que ali passavam, com moedas e notas e quando em vez algo que servia de alimento que praticamente era seu sustento. Numa manhã de intenso inverno foi encontrada morta; enrolada em seus trapos, debaixo de sua vassoura de ramas de bambu sob a pequena marquise num canto da estação.

          A partir de então, óbvio, pela crendice, pessoas passaram a ver sua alma penada e escutar o som de varredura às dependências da estação. Claro que tais visões sobrenaturais se espalharam e a gare tornou-se mal assombrada a trazer certo pânico aos funcionários e freqüentadores.

          Numa ocasião, um novo servidor de nome Olivério, chegou à estação para iniciar suas atividades. Recepcionado pelos colegas, tomou conhecimento da lenda da Velha Filó,  a qual não se importou, dizendo-se católico e não acreditava nessas bobagens. Dias se passaram com Olivério demonstrando seu valor, quando foi incluso na escala noturna pela primeira vez.

          Chegando à estação às 17 horas, ocupou-se em verificar as tarefas integrando-se ao trabalho. Na turma do plantão, estava o telegrafista Oliveira, o qual se tornou o companheiro mais chegado, que de acordo com as recomendações deixadas pelo chefe da estação, solicitava que limpasse a plataforma junto aos armazéns, pois houve o descarregamento de vagões de tijolos. Após os afazeres de praxe, ter o lanche concluído e atender o expresso das 20 horas e trinta minutos, passou a mão no lampião, pois na plataforma do armazém não havia luz, juntou a vassoura e saiu em direção ao local. Com o tempo passando e a missão quase concluída, de repente observa à ponta da plataforma, um vulto de branco com a vassoura de bambu a varrer aonde havia limpado. Receoso, elevou o lampião para ver melhor quando, sobre palavras enigmáticas, o vulto coxo, erguendo a vassoura, sai a caminhar em sua direção. Perplexo, recua um tanto vacilante e põe-se em disparada adentrando à sala da administração a fechar a porta. Os colegas que ali estavam se entreolham com certo sarcasmo e Olivério, ofegante, fala: - É o tal fantasma da Velha Filó!  Nisso, um estrondo aconteceu pelo escancarar da porta com outro colega apavorado, branco como vela, a confirmar que a alma de fato o atacou. Todos, à exceção de Olivério, atropelando-se, deixaram a sala pulando a janela dos fundos aos gritos desesperadores de socorro. Nesse instante a porta se abre outra vez, e, com a vassoura á mão, Olivério golpeia a dita alma que, aturdida pela vassourada e se defendendo, fala: - Sou eu, Olivério, seu amigo telegrafista Oliveira. Retirando o lençol que o cobria, narra o ocorrido dizendo que: - Apenas me penalizei por você, revidando a brincadeira, assustando-os me passando pela Velha Filó!

          Assim, daquele dia em diante, o que era lenda virou gozação àqueles que queriam assustar e o fantasma da triste escrava Filomena, nunca mais foi visto a perambular pela estação e adjacências, fazendo cair no  que seria mais um conto fantasmagórico.

          Diante daquela brincadeira, todos os plantonistas noturnos foram advertidos pelo chefe e tomaram um dia de suspensão alternadamente e ainda com a missão em lavar o recinto, pois estava todo cagado e obviamente empesteado com o odor deixado pelos cagões na evasão pela porta e janelas dos fundos...

tasma da Velha Filó!  Nisso, um estrondo aconteceu pelo escancarar da porta com outro colega apavorado, branco como vela, a confirmar que a alma de fato o atacou. Todos, à exceção de Olivério, atropelando-se, deixaram a sala pulando a janela dos fundos aos gritos desesperadores de socorro. Nesse instante a porta se abre outra vez, e, com a vassoura á mão, Olivério golpeia a dita alma que, aturdida pela vassourada e se defendendo, fala: - Sou eu, Olivério, seu amigo telegrafista Oliveira. Retirando o lençol que o cobria, narra o ocorrido dizendo que: - Apenas me penalizei por você, revidando a brincadeira, assustando-os me passando pela Velha Filó!

          Assim, daquele dia em diante, o que era lenda virou gozação àqueles que queriam assustar e o fantasma da triste escrava Filomena, nunca mais foi visto a perambular pela estação e adjacências, fazendo cair no  que seria mais um conto fantasmagórico.

          Diante daquela brincadeira, todos os plantonistas noturnos foram advertidos pelo chefe e tomaram um dia de suspensão alternadamente e ainda com a missão em lavar o recinto, pois estava todo cagado e obviamente empesteado com o odor deixado pelos cagões na evasão pela porta e janelas dos fundos...

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