O feitiço virou contra o feiticeiro...
Esta crônica foi baseada numa passagem real, a qual tivemos o desprazer de haver tomado conhecimento, por estarmos na oportunidade hospedados num hotel à cidade de Campos do Jordão, SP, por ter o fato repercutido entre os turistas, pois o assunto não deixou de ser bem gritante em termos de “picaretagem”.
Um grupo de amigos que como nós, curtíamos as delícias da importante cidade serrana paulista, e que por sua vez demonstrava pelo procedimento sempre alegre ser dotado de uma certa simpatia, um dos cidadãos que se destacava pelo carisma e bom relacionamento, enfim ser uma pessoa sempre disposta a bom papo, acabou se envolvendo com um problema, cuja preocupação causada o deixou bem complicado a ser explicar junto a polícia. Era como dizem, “um batom na cueca...”
À tarde, sentado num banco da praça absorto talvez em seus devaneios, o cidadão é abordado por um homem tipicamente caipira, não só pela fala que o caracterizava, mas também pela maneira de se vestir, indagando onde era a Caixa Econômica. Obtendo a informação, o homem simplório agradeceu e retirou-se e 15 minutos depois, de volta, acanhado e de forma humilde, solicitou um auxílio pra adquirir uma passagem de regresso a sua cidade de origem, vez que não daria tempo, ainda hoje, de pegar a Caixa aberta. pois teria que ter seus documentos originais para comprovação para receber o valor do prêmio da Sena. A fim de dar maior credibilidade ao que solicitava, o caipira reforça apresentando o tal bilhete premiado da Sena com a Quina. O turista atento anota as dezenas e números do concurso e solicita do caipira que aguardasse ali que logo voltaria com uma possível solução. De fato o bilhete havia sido premiado com a Quina e o rateio do prêmio era de R$ 12.198,00. Como o turista havia deixado com garantia o seu relógio e mais uma nota de cem reais, no que retornou, malandramente o diz que só mesmo manhã conseguiria receber o prêmio de R$198,00 do rateio da Quadra o qual caberia o prêmio.
O caipira mostrando-se triste pela quantia do prêmio, lamentando que só no dia seguinte conseguiria receber, propôs ao turista, já que o havia se mostrado atencioso para com ele, se não poderia pagá-lo pelo seu bilhete premiado. Foi à sopa no mel, exatamente o que o espertalhão queria. Retirando a carteira do bolso, pegou duas cédulas de R$100,00 reais e outra de R$20,00 e as entregou ao dito humilde caipira, que o devolveu o relógio e a nota de R$100,00 deixada como garantia.
No dia seguinte, assim que o expediente abriu ao público, lá estava o espertalhão, e mais dois amigos objetivando receber a Quina que aquela semana foi acumulada em R$ 12.198,00 no rateio verificado. Passado pouco mais de quinze minutos, acompanhado por dois seguranças, chega o supervisor da Caixa e fala aos três: -- Estejam presos, o seu bilhete está adulterado até de forma grosseira, os senhores se apresentam como falsários e estelionatários. Têm o direito de ficarem calados e chamem seus advogados...
Moral da história: A esperteza às vezes conduz a tolice, principalmente quando ela é efetuada sobre um suposto tolo, cuja tolice é usada na esperteza.
Ah... Esses turistas ditos “Espertos”, com suas supostas espertezas cada vez mais se tornam muito pitorescos...
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