Este episódio que passo a narrar, na época que ocorreu, a incidência dos celulares ainda limitava-se a poucas pessoas possuidoras e o uso de câmeras fotográficas tornava-se comum e óbvio, os “lendários” rolos indispensáveis de filmes se faziam presentes e com as revelações como novidade, eram efetuadas em apenas uma hora. Fato incrível há pouco mais de quinze anos.
A estância hidro mineral de Raposo, ao norte fluminense, é um lugarejo tradicional pela utilização ainda dos antigos carros de bois, onde inclusive anualmente ao mês de maio se organizam ornamentados em desfile pela cidade, pois o município reserva o dia 12 como o dia do “Carro de bois”. Lembramos que estes relicários é o transporte de cargas oficial da localidade, que queira ou não uma atração turística que resiste ao tempo.
Um casal de turistas, desses que curtem tudo o que diz respeito as curiosidades e preciosidades de suas épocas, antiguidades, monumentos históricos, etc..,membro de um grupo de excursionistas, intitulados de sacoleiros, se chega ao hotel fazenda onde nos encontrávamos, através de uma excursão, a qual visava não só desfrutar das delícias da região, do comércio informal das industrias de confecção de roupas de linho e as tradicionais lingeries, objeto das revendas em suas origens, como principalmente da famosa água mineral magnesiana, cuja qualidade é sem dúvida excelente e, porque não dizer uma das melhores no Brasil.
Pela manhã o grupo de turistas num todo, deixa o hotel com destino aos seus intuitos comerciais, à procura de boas compras na localidade. Nós que após nos fartarmos da deliciosa magnesiana, fomos abordados exatamente por aquele casal que nos chamou atenção no dia anterior, em que o procedimento um tanto extrovertido a retratar tudo que achava interessante através de sua câmera fotográfica Pentax e que pendurada ao pescoço se presenciava vistosa. -- como adendo, àquela oportunidade, a utilização destes aparelhos fotográficos era a última palavra em tecnologia, já que celulares ainda engatinhavam como aparelhos apenas móvel telefônico e câmera nem se falava sobre isso.--, nos indaga sobre revelação de filmes e aquisição de rolos de filmes. A informação nós demos, dizendo que só em Itaperuna teriam os serviços esperados.
Ao entardecer, chega ao hotel o ônibus daqueles turistas, que ao descer seguem em direção as fontes das águas minerais. Nós à varanda a curtir o belo ocaso que se iniciava, somos surpreendidos com a presença do casal, a nos dizer que valeu a nossa informação. Só que o rolo de filme Kodac colocado na câmera de 60 poses, simplesmente escapou e não teve uma única foto registrada. Para não dizer que não tiveram, todos os registros fotográficos ficaram agrupados num só retrato. Portanto, os registros obtidos da excursão e as poses estudadas de pouco valeram.
O pior é que deixaram a máquina na reveladora, para apanhar as fotos ao retornarem de volta a Raposo. Quando lá chegaram, recebido pelo funcionário com um sorriso um tanto, talvez sarcástico, a dizer que as fotos não saíram, porque não soube colocar o rolo na câmera. Mas que conseguiu aproveitar boa parte do filme. Pelo menos vai dar para fotografar os carros de bois, por ser em Raposo, amanhã, o dia comemorado aos “Carros de Bois” Por isso, aconselho destampar a lente da máquina, bem como armar o disparador automático e cuidado para não tropeçar no tripé ao correr a se posicionar junto a sua senhora. Se proceder desta forma, o senhor terá seus registros da viagem... Cremos que tenha assimilado as instruções do funcionário da reveladora... A propósito por acaso, não quer experimentar tirar alguma foto para testar o equipamento? Eu me prontifico a ajuda-los, é só escolher o local. Agradecendo, recusou a gentileza a dizer que por um fato idêntico, teve grave problema em casa, que lhe custou muito tempo a reconciliação, pois sua mulher ao pegar as fotos reveladas na loja de revelação, verificou que haviam 3 fotos atrevidas de uma mulher num topless à borda da piscina. E que lógico não soube me explicar.
Mas felizmente depois de uma semana, recebi uma ligação da casa reveladora indagando se por acaso havia juntado as minhas reveladas, fotos inclusas que não me pertenciam em que mulher em poses íntimas era vista. Como vê, depois dessa tive trauma em aceitar oferecimentos, já que embora houvesse álibi ao meu favor, o aceite em casa foi difícil e longo... Mesmo ciente que apenas foi provocado pela própria reveladora a inclusão e não por quem bateu a foto.
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