O gênio e sua genialidade...
Àquela manhã ao chegarmos à garagem do hotel em Poços de Caldas, MG, um grupo se encontrava reunido, em que se via; o gerente, o garagista e alguns hóspedes, ao canto junto ao acesso da escada que leva a recepção. Pela gesticulação do garagista nos pareceu que algo houvesse ocorrido, dada a visível insatisfação externada pelo cidadão, cujo semblante fechado bem demonstrava, que portando mangueira e vassoura terminava a limpeza do local, bem contrariado.
Solicitados pelo gerente a nos unirmos ao grupo, nos foi indagado – já que retornamos ao início daquela madrugada ao hotel – se por ventura observamos a notar e sentir, quando acessamos a escada, naquele canto específico alguma urinada, pois incivilizados vêm praticando atos vandálicos aliviando suas bexigas. Essa manifestação de incivilidade já acontece pela terceira vez, sem que se possa determinar a hora e quem a vem executando, embora o garagista atento, o mais indignado, venha se desdobrando a pegar o moleque, garantindo que tal fato ocorre após deixar o seu período de trabalho; ou seja, às 22 horas, ao trancar o portão da garagem e passar as chaves ao vigia à portaria na incumbência de abri-lo na chegada de algum hóspede durante o seu período noturno.
Um cidadão presente, por sinal o que sistematicamente reclama do odor fétido da urina, a cobrar do hotel mais empenho na solução, propôs ao desgastado gerente um recurso para descobrir quem seria o misterioso vândalo. A ideia era bem simples, bastava lambuzar o chão do canto escuro com graxa, que o cretino na certa escorregaria e cairia ao chão lambujando-se por inteiro, no que óbvio, seria observado e desmascarado ao passar pela recepção todo emporcalhado.
Mesmo sendo luminosa ideia, o gerente foi radicalmente contra, pois poderia ter a agravante de ferir serio o canalha e bem outros que nada tinha a ver com a armadilha, a trazer consequências preocupantes e danosas ao hotel e lógico a ele gerente.
Na manhã seguinte ao deixarmos a chave na recepção, o gerente um tanto aturdido, mas satisfeito, chegou-me a comunicar, que pegaram o vândalo e eu nem poderia imaginar quem seria o desajustado. Pois pasme! Foi justamente o dono da ideia luminosa de utilizar o auxílio da graxa como armadilha, lembra-se agora ?
O garagista, cansado de lavar urina e ouvir reclamações, resolveu por conta própria colocar ao chão óleo de soja e resíduos de pó de café e deu resultado, embora tenha corrido o risco, como aconteceu, de causar danos a sua intensão de pegar o vândalo, pois o homem teve o dedo médio da mão esquerda luxado e o seu “símbolo sexual” esfolado ao raspá-lo na pilastra durante a queda, o que veio a comprovar ser ele o autor da incivilidade, já que não teve a roupa rasgada dando prova que tinha o seu “símbolo” exposto e não reclamar do acontecido... Prova que deixou o hotel logo cedo e ter o vigia como testemunha do ocorrido ao passar de madrugada pela portaria se contorcendo de dores...
Moral da história: O gênio foi presa fácil da sua própria lâmpada...
Ah... Esses “turistas incivilizados” que vivem a praticar atos vandálicos só visando em se divertir às custas daqueles que dignamente cumprem suas tarefas laboriosas, são na verdade eternos otários ao ser apanhados pelas próprias ideias e, nos propiciam instantes “genialmente” bem além de pitorescos, embora mão passem de uns pulhas desprezíveis à sociedade civilizada.
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