Golpe de mestre... E o contra golpe do destino
Na cidade de Mariana, MG, curtíamos nosso turismo após alguns anos de ausência, o que de certa forma nos surpreendia pela presença de turistas às ruas e hotéis, mesmo não existindo qualquer evento marcante que ocasionasse aquele fluxo de pessoas à cidade. Nós hospedados num dos poucos hotéis da cidade, é óbvio que procurávamos traçar nossos roteiros a cada dia, o que aliás é prática comum a todo turista, levando-se em conta ser a região muito badalada pelas suas obras de arte, que a faz atrair os apreciadores e curtidores em visita-la.
Em nosso hotel a concentração de turistas era expressiva. Todavia, observava-se que grande maioria não era muito interessada nas visitações e roteiros turísticos a outras localidades, mesmo estando Ouro Preto em pouco mais de 12 km e permaneciam a desfrutar dos lazeres do hotel, não se ligando muito nos acervos históricos, cuja arte barroca é predominante.
Dois casais que se destacavam pela simpatia, comunicação e excentricidade, embora fossem adeptos do lazer e conforto, também não deixavam de unir-se aqueles que buscavam as relíquias histórica através de grupos que se formavam entre nós hóspedes. Esses casais, além das qualidades descritas, deixava transparecer uma solicitude inigualável, tal a gentileza exposta em cada gestos e momentos.
A semana transcorreu ótima, quando no sábado, os dois casais nos surpreenderam presenteando ao nosso grupo com uma noitada de “comes & bebes” no refeitório do hotel. Éramos ao todos 20 pessoas em total congraçamento após as 20 horas, a papearmos descontraídos até as 23 horas. Foi de fato uma noitada deliciosa entre todos os aspectos, afinal era a afirmação das novas amizades na temporada.
Como os quatros não apareceram à manhã do domingo, óbvio que estranhamos tal procedimento, vez que sempre eram os primeiros a degustarem seus dejejuns e a apresentarem o tour a ser explorado naquele dia visando nossos passeios. Nisso um casal participante do grupo, se chega um tanto espavorido, a dizer que os dois casais haviam deixado o hotel ainda ao final da madrugada, cujo paradeiro não foi divulgado, apenas deixou a cada casal do grupo, oito ao todo, uma mensagem nos escaninhos da portaria referentes aos apartamentos.
Após ler a mensagem que pertencia aquele casal, que indignado rechaçava demonstrado sua ira, onde foi chamado de babaca e trouxa e que não ia pagar aquela despesa da noitada passada, a comer de graça, pensou errado, vai ter que desembolsar sua grana. E assim foi a cada um de nós a portaria pegar o se recado, digo sua participação pela noitada. Após nos reunirmos à varanda do hotel, de posse do total da despesa, que montava em R$ 2.668,00 no que dava a cada casal R$335,00, fora a despesa do garçom de R$50,00 e do tecladista 100,00, a dar mais 18,80, a cada casal, só nos coube sem estrebuchar, pagar o que era devido ao hotel que foi o responsável pela noitada, que por sinal foi excelente. Entre lamúrias e aborrecimentos, acertamos com a administração do hotel e vida que segue e, naquele dia, cada um foi curtir o seu canto entre muita indignação.
Eram quase quatorze horas, nós que à varanda do hotel curtíamos aquela tarde proseando com dois outros casais após um suculento almoço, somos surpreendidos pelo gerente do hotel, a nos comunicar que aqueles dois casais que deram o golpe da noitada, haviam sidos assaltados num posto de gasolina próximo a Itabirito onde tiveram seus veículos furtados depois sequestrados e ter que sacar no caixa eletrônico R$600,00 cada um. Procurando a Delegacia, foram obrigados a dar esclarecimento do paradeiro de ande procediam e que hotél permaneceram em Mariana, já que no assalto tiveram todos os documentos levados e a polícia queria conhecer o histórico deles na abertura do BO. Mas o único documento que possuíam, era a Nota Fiscal do hotel e seu telefone.
Como podemos ver, o golpe que nos foi dado, acabou sendo um golpe também do destino, ou melhor, um contra golpe, pois se fossem pessoas íntegras, honestas e dignas, isto não teria ocorrido certamente, como não precisariam deixar o hotel a nos tapear e nos gozar chamando-nos de uma série de impropérios como uns idiotas, troxas, apalermados e outros. Mas por outro lado estamos agradecidos ao destino pela bela notícia ao cair da tarde...Não que desejasse que isso fosse ocorrer, mas que foi bem merecido, isso lá foi...
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