Por Luís Cláudio de Carvalho
Desde que passei a viver em São Lourenço, no final da década de 1980, ouço as pessoas falarem da necessidade da cidade ter um centro de convenções. Pela maneira que o assunto sempre foi abordado, nunca tive dúvidas que parecia um sonho distante. De quatro em quatro anos o sonho é acalentado, durante as campanhas eleitorais, com a maioria dos candidatos prometendo a construção. Até que o sonho mudou de nome e virou centro de múltiplos eventos. Além de mais bonito, muito mais abrangente.
Ocorre que, até hoje, a ideia nunca saiu do papel e nem dos discursos. Opiniões não faltam. Podia ser na Ilha Antônio Dutra, onde jamais caberia tantos projetos que querem que sejam executados lá; podia ser num lugar mais afastado, onde a movimentação do transporte dos usuários do centro não atrapalhasse o trânsito; podia ser no centro da cidade, porque ficava mais fácil para o pessoal que, quase que obrigatoriamente, hospedaria nos hotéis; e assim outras mais.
A única certeza é a da necessidade de construir um espaço que sirva realmente para os mais diversos tipos de eventos, que a cidade já realiza em locais improvisados e de espaço limitado. Com o prédio amplo, que na verdade, falando meio grosseiramente, bastaria ser um enorme galpão fechado dos lados e com estrutura de segurança e de higiene, muito mais coisas poderiam ser realizadas na cidade. Eventos grandes não são realizados aqui devido a essa falta de estrutura. Desnecessário dizer o quanto grandes eventos contribuiriam com a economia municipal. Recentemente trabalhei em dois congressos na área de saúde e vi, de perto, a importância desses eventos para a cidade e as dificuldades dos organizadores no que se refere ao espaço limitado.
Sabedor das dificuldades do poder público, que de uns bons anos pra cá mal dá conta de cumprir com suas responsabilidades básicas, ouso acrescentar mais uma opinião para acalentar o referido sonho. Por que a iniciativa privada não constrói uma estrutura destinada a acomodar grandes eventos na cidade? O que é impossível para alguns empresários e quase impossível para o poder público, seria “café pequeno” para os grandes empreendedores locais. Não faltam em São Lourenço homens abastados, com grande capacidade de investimentos, que poderiam fazer um pool e construir o centro de múltiplos eventos e alugá-lo para os promotores de convenções, congressos, feiras, shows, apresentações artísticas e culturais, e tantas outras atividades. Todos sairíamos ganhando com isso.
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