Obrigado D. Luiza
Recentemente, me surpreendi com o e-mail enviado por uma leitora, procedente da cidade de Liberdade, assinando-se como Luiza, em que atribui ser o personagem descrito à crônica da edição 911, sob o título: “O Desafeto e depois... O Afeto” possa ser sua saudosa avó. Não só pela coincidência do nome, Clotilde, mas sim pelas lembranças e recordações que entre narrativas sobre o passado, eram contadas, enquanto esteve nessa vida, suas peripécias e fatos que marcaram à sua juventude.
Ao ler a crônica, leitora assídua como diz ser, se emocionou, pois existia em seus guardados, alguns manuscritos, bilhetes e cartas cujo destinatário de nome Luiz os assinava. Todavia, a chamou a atenção um deles em que fazia alusão ao presente por ele ofertado; ou seja, uma máquina de costura acompanhada de um belo cartão junto a uma braçada de flores a consolidar e enaltecer a amizade que surgiu entre eles.
Este cartão ainda registra a marca dos lábios de sua avó, segundo ela, bem como na existência da máquina de costura que se encontra à casa de sua mãe em Borda da Mata. Portanto, a crônica em questão, não há dúvida que o personagem, Clotilde, é a mesma pessoa. No que, óbvio, venho a concordar com muita emoção e, porque não muito feliz, por ratificar sobre a veracidade no que escrevo a passar aos leitores a credibilidade e a seriedade que os episódios possam trazer a todos, preferencialmente aos que os intitulo de “bem vividos”, um pouco de saudade e nostalgia, de uma época em que os trens, no caso as lendárias Marias Fumaça, fizeram parte da vida, notadamente dos interioranos, onde os tinham como referencial no seu cotidiano, ajudando à integração demográfica num entrelaçamento de cultura e progresso entre nós brasileiros pelas ferrovias, que outrora cruzaram o nosso Brasil.
No que me cabe e me toca meu pai Luiz, como outros colaboradores que me deram e dão seus “depoimentos” a narrarem os fatos que compõem minha; Interminável, se assim posso afirmar, coletânea; Na fumaça do trem, a qual gira em torno de 530 episódios, só tenho a agradecer, mesmo que algumas pessoas, eu apenas os crio baseado na imaginação fértil. Mas graça a D. Luiza que nos trouxe esta preciosidade, cuja dúvida a fez comunicar-se comigo, mesmo na certeza que o personagem fosse sua querida avó, Clotilde, não poderia deixar de passar aos leitores sobre este testemunho tão significativo, o qual como revelo, ser algo como faceta do destino e quiçá, venha suscitar alguma polêmica quanto a veracidade de nossas crônicas, não crendo naquilo que exponho às páginas, no caso específico, no semanário O correio do Papagaio há 12 anos ininterruptos e mais recente, 2 anos, aqui no slatual@.com.br Sessão Coluna Social duas vezes por semana a expor meu interminável acervo de crônicas
- Luiza, aqui deixo minhas felicitações, esperando um dia quem sabe, possa desfrutar de sua visita quando por São Lourenço passar. Afinal, como diz o dito popular, “o destino só a Deus pertence” e o destino foi uma grande amizade no caso de Luiz e Clotilde, nascido numa plataforma ferroviária, cuja máquina de costura foi o embrião e o trem o agente a fazer crescer essa sólida amizade, que infelizmente não fora a que o os reservara. Quem sabe não pudéssemos ser parentes? Eu, obviamente seu tio! Já se imaginou?
Entretanto quis o destino em quase 80 anos depois, se fazer presente reservando a nós o complemento, ou melhor, o epílogo da história de Luiz e Clotilde, que platonicamente foi pelos dois vividos, embalados pelo lírico trem, costurada por uma singela máquina de costura e trazida por uma simples crônica inserida a um canto de página de um jornal a concretizar o destino compartilhado agora pelas nossas emoções que só a nós pertencem. Obrigado D. Luiza!!!
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