“Peru de fora” vira tira-gosto!?!
Um tanto desmotivados e desiludidos com esse quadro político que ora se apresenta e aproveitando de uma promoção tentadora oferecida por um Hotel à cidade de Raposo – RJ, naturalmente levado pela recessão com a queda vertiginosa do movimento turístico, resolvemos juntar o útil a necessidade de revermos novas vestimentas, já que o lugarejo tem na indústria artesanal de confecções, notadamente em linho e lingeries, à subsistência da maioria dos habitantes operando neste tipo de trabalho, onde a cada fim de semana tem nas visitações a presença dos sacoleiros e visitantes que ali lotam a localidade.
Abdicando do automóvel a utilizarmos do ônibus após horas de viagem, chegamos ao hotel pela hora do almoço. Instalados, descemos ao refeitório e nos surpreendemos com o número expressivo de hóspedes, afinal na atual conjuntura recessiva fazer turismo requer alguma bravura, mesmo com atrativos promocionais.
Usufruindo dos lazeres hoteleiro, saboreando a excepcional Água Magnesiana da localidade hidromineral, que mesmo não sendo tão famosa como das cidades coirmãs mineiras – ainda jorra em abundância -, aproveitando os preços convidativos do comércio informal, nos desligamos um pouco das “pizzarias brasileiras” nas famosas CPIs em andamento.
Naquele movimentado ambiente, claro que não poderíamos deixar de ter a atenção voltada a dois hóspedes, cujos procedimentos e atitudes se faziam bem desagradáveis. Tinham o mau hábito de se intrometerem em tudo, principalmente nos jogos de salão como: sinuca, dama, carteado, xadrez dando palpites inconvenientes como “perus de fora”, os quais deixavam os participantes bastante irritados com as opiniões e pitacos externados.
Uma tarde, um casal disputava bem concentrado uma partida de xadrez, quando os dois mirones em pé junto à mesa passam a observar o jogo. Não demorou um deles teceu os comentários ao amigo sobre a posição das pedras pretas. A senhora jogadora das pretas, elevou a cabeça, olhou o cidadão e executou o seu lance um tanto, nos pareceu, contrafeita.
Nisso o “peru” meneando a cabeça diz: - Não devia ter feito isso, pois deixou o Rei desguarnecido.
O adversário de imediato, fez sua jogada provocando um xeque.
O mirone sorrindo falou:– Eu não disse, sua guarda ficou aberta. Defenda-a com o Bispo da casa branca.
Assim foi quase toda a partida, com os palpiteiros a interferirem na problemática do jogo, a ponto da senhora, nitidamente irritada, deitar o Rei dando como perdida a partida. E, convidou o inconveniente cidadão a sentar-se a mesa. Surpreso com o convite esquivando-se a enfrentá-la, não teve como fugir da disputa. O mesmo ocorreu com seu amigo enfrentando o “coroa” vencedor.
Não demorou mais que meia hora para os dois “perus” serem “assados” em fogo ativo e servidos na bandeja à plateia presente, como um tira-gosto de outras possíveis e inevitáveis reprimendas a serem efetuadas.
Moral da história: Como diz o velho refrão popular “peru de fora não se manifesta”, pois do contrário acaba assado pelas próprias opiniões proferidas.
Ah... Esses “turistas palpiteiros” quando se veem contestados perante aqueles que se sentiram admoestados diante de inconvenientes palpites e, se tornam ridicularizados mediante uma boa lição de educação, são sem dúvidas, eternos pitorescos. A partir de então, abomináveis mirones, depois daquela dura refrega que os deixaram “depenados” perante a pequena plateia se recolheram aos seus “galinheiros”.
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