Por essa não esperava!
Como apreciador do jogo de sinuca e há anos que não pegava em um taco, no hotel que hospedávamos, gostava de apreciar os jogos e vez por outra participei de duplas não fazendo feio. Um cidadão como eu, também costumava frequentar a sala e curtir as partidas a dar suas opiniões sobre o desenrolar dos jogos. Entretanto, sempre fazia menção em críticas à gerência do hotel em permitir o acesso de crianças às mesas, pois estariam passíveis de avarias em ter o feltro danificado, ou até os tacos avariados, o que obviamente deveria ser cobrado os danos aos seus responsáveis. Nesta altura achamos que os pais se escusariam o ressarcimento, alegando falta de comprovação do ocorrido com o filho ou outro menor que estivesse sob sua proteção.
Segundo nos revelou, já havia comunicado esta arbitrariedade algumas vezes, e sempre ouvia do gerente, que não é permitido menores de 16 anos se utilizarem das mesas, a não ser acompanhados pelos responsáveis. Mas ficava a reclamação registrada e teriam mais atenção na aquisição das bolas quando solicitadas aos jogos
Numa noite para não fugir a regra, lá estava o cidadão à sala, quando convidado a participar de uma dupla, aceitou imediatamente. Foi solicitado do garçom do bar, quatro caipirinhas e a partida começou. Bola cá e lá, sinuca em profusão, espetadas várias, bola na caçapa, pontos auferidos pra cada lado, com os jogadores a exercerem suas mirabolantes jogadas, quando o tal jogador encrenqueiro, após apoiar seu copo de caipirinha à borda da mesa, é chamado atenção pelo parceiro que marcaria o verniz pelo suado do copo. No que enxugou com seu lenço. Com mais de dez minuto a cena se repete e mais uma vez “chateado” , o lenço entra em ação. As partidas empatadas continuavam duras até que o tal encrenqueiro, por esta numa sinuca de bico com bola sete cai não cai, depois de olhar o lance a ser efetuado e pensar, é solicitado pelo parceiro a se utilizar do fancho (taco auxiliar para apoio), o qual se recusou preferindo deitar parte do corpo à mesa, em que a barriga ajudaria ao equilíbrio necessário à jogada. Não teve jeito, a bola sete foi à caçapa e lá se foram sete pontos a menos. Só que lastimando esmurrando a mesa, ao erguer-se num rompante, ao som de rasgado, o elo do seu chaveiro espetou no feltro e aconteceu o dito inesperado. Um rasgo no tecido de uns 10cm. Ao tomar conhecimento do dano, já que administração fora comunicada do fato, certamente por alguma criança a se isentar do acontecido. Na presença do gerente, foi solicitado que comparecesse ao escritório. Comparecendo ao local, fora então solicitado o ressarcimento do prejuízo. O que o desapontado cidadão em total descontrole, responde que não via porque assim fazer, com a alegação do que o ocorreu fora um acidente. A retrucar, o gerente o lembra que quem o induziu assim proceder foi ele próprio quando das constantes reclamações pelo uso abusivo das crianças às mesas.
Moral da história: Faça o que eu digo, mas não “cobre” o que faço, pois acidentes ocorrem!
Ah... Esses turistas pitorescos e suas travessuras infantis são sem contestação, uns idiotas da objetividade a querer atribuir ao dano como um simples acidente...Pelo que consta mesa não é cama.
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