Por Luís Cláudio de Carvalho
A administração pública está sempre sujeita a críticas. E é muito bom que esteja. Afinal, vivemos em um estado democrático de direito. Mas, nem tudo o que é feito é compreendido pela maioria dos cidadãos. Tomemos como exemplo os gastos de uma prefeitura. Sempre haverá quem conteste certas despesas. Principalmente agora, quando as prefeituras de todo o país vivem uma crise sem igual, é grande o número de pessoas que opinam em como deve ser gasto o dinheiro público. Até aí, tudo bem. O problema é saber diferenciar o que é despesa propriamente dita e o que é investimento.
Primeiro, é preciso entender que existe uma lei orçamentária, votada e aprovada pelo legislativo, sempre no exercício anterior ao de sua execução, que tem suas despesas fixadas e suas receitas estimadas, e tem que ser seguida à risca pela administração. O orçamento de municípios como o nosso, essencialmente turístico, tem características diferentes de orçamentos de outros municípios. O que em outro município pode ser considerado uma mera despesa, aqui é um investimento. É o caso da decoração natalina, das festas de fim de ano, do carnaval e, até de algumas obras de infraestrutura urbana.
É muito comum, inclusive por desconhecimento da realidade e do funcionamento da máquina pública, que muitos solicitem, simplesmente, o corte de certas despesas. No caso específico de São Lourenço, muitos têm sugerido o cancelamento dos shows do final do ano e do carnaval. Não é uma boa alternativa. As economias podem ser feitas de outras formas e em outras áreas. Eventos de final de ano e carnaval trazem muitos turistas e isso movimenta a economia da cidade. Como já existe uma tradição de promover esses eventos, havendo uma interrupção dos mesmos, nosso calendário perde a credibilidade e demorará um bom tempo para recuperar a confiança dos turistas e a normalização do fluxo destes.
Outra ação muito criticada no momento, principalmente por causa dos custos financeiros é a troca do calçamento do estacionamento do Parque das Águas e as obras de adequação do local, para a realização de eventos. Isso também não é somente despesa. É investimento. Só que, nesse caso, embora também seja importante, existem algumas falhas por parte da administração municipal. Além do viés político, praticamente uma picuinha com adversários e hoteleiros do centro, as obras foram mal planejadas, não integram o paisagismo e o projeto arquitetônico da Praça João Lage, e estão completamente fora da época adequada. Nesse período chuvoso e de maior movimento turístico, é grande o problema causado, tanto pela demora na conclusão quanto pelos transtornos ao trânsito.
Embora cada um saiba bem onde seu sapato aperta, é bom lembrar que tanto as despesas quanto os investimentos devem ser cada vez melhor planejados e, sempre que possível, contar com a parceria da iniciativa.
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