“Ratos” de igrejas.
Corria pela rodovia aquele luxuoso ônibus conduzindo um seleto grupo de turistas, que se destinava as cidades históricas de Minas Gerais, onde nos encontrávamos pela primeira vez, a utilizar este tipo de excursão, pois na ocasião como visitantes de primeira viagem, nada melhor ter o apoio de um guia a nos auxiliar em curtir tão expressivo patrimônio cultural e histórico.
Como se podia prever e imaginar, este grupo composto na essência por pessoas já na faixa etária entre seus 60 a 80 anos, chega finalmente à histórica e, por que não, mística cidade de Ouro Preto.
Acomodados ao hotel determinado pela agência de turismo, em que a simpatia do nosso guia funcionou de forma eloquente no atendimento necessário a nos conduzir as acomodações, a procurar nos servi de acordo com nossas necessidades condizentes a saúde de cada turista. Após o almoço servido, lá fomos nós cumprir o roteiro determinado da excursão, em princípio a descer as muitas ladeiras, em visitações as belas igrejas, e museus sacros, bem como ao comércio, cujo forte significativo, são as pedras preciosas e semipreciosas, nas inúmeras joalherias, e as pontuais lojas de artesanatos em que os artigos em pedra sabão são destaques em suas artes confeccionadas por muitos artesãos. Assim foi o primeiro dia de visitação, no que pese a muitos, as cansativas e morosas subidas em direção ao hotel, cuja noite limitou-se a descortinar o movimento da cidade das varandas do hotel e bate papo entre os turistas.
Assim transcorreram os dias em Ouro Preto, sem que houvesse qualquer anormalidade ou mesmo algum contratempo, quando o guia no último dia da excursão ao chegar ao hotel, é surpreendido por dois cidadãos que o aguardava junto a gerência, identificados e qualificados profissionalmente de agentes de segurança, sendo um deles da Secretaria do Patrimônio Histórico e o outo de uma importante loja de pedras preciosas. Após o diálogo dos três, o guia dirigiu-se ao grupo que à sala de estar providenciava seu bota-fora acertando as despesas pendentes de restaurante, bar e outras, e um tanto perplexo e aturdido, expõe o motivo que o levou aqueles homens, que tentam solucionar o impasse, onde foi constatado o furto de uma imagem de N.S. da Conceição de 18 cm. em madeira esculpida do século XXVII, surrupiada do museu sacro na igreja N.S.do Pilar e também constatado o desaparecimento de um conjunto de Topázios amarelos de uma joelheira importante. Todavia como os fatos ocorreram exatamente após a passagem do nosso grupo, presume-se que houvesse sido alguém maravilhado com tantas obras do estilo barroco, tenha cometido desatinadamente tal ato ilícito, esquecendo que todo o patrimônio ali exposto, é vigiado por câmeras e pessoal treinado a esse tipo de segurança. A proposição dos agentes de segurança, a fim de se evitar constrangimento pela presença da polícia, seria a simples devolução das peças valiosa. O que lamentavelmente não ocorreu. E quando os seguranças se preparavam para chamar a polícia, um dos turistas, indo à direção dos seguranças, seguido pelo atônito guia, revela que estranhou o comportamento de dois turistas, pois havia assistido ao que poderiam ter sido afinal esses furtos... E resolveu narrar tudo, não só objetivando a sua dignidade, como das demais pessoas que compunham o até então respeitado e seleto grupo de pessoas de bem. Quando o guia interpelou os tais pacatos senhores, autores do ato vergonhoso, sentindo que não havia outra saída se não assumir o que praticaram, contando uma esfarrapada explicação, de que não tinham percebido que levaram as peças. Só que não sabiam como devolver, com receio de ser penalizados pelo descuido.
Os “Ratos de Igrejas,” foram obrigados a devolver tudo que haviam se apropriado e passaram pelo enxovalho do conhecimento e reprovação geral pelo ato inconsequente praticado.
Moral da história: Saber conviver com outras pessoas, não é apenas uma arte, mas sim coisa natural quando se possui respeito e dignidade... Para tanto.
Ah... Esses turistas infiltrados e vem se aproveitar de momentos que deixam injuriados aos que deles o têm como iguais, são sem contestação uns malandros e por que não, muito pitorescos...
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