Resposta foi bem merecida...
Na cidade gaúcha de Carlos Barbosa, onde nos encontrávamos, um fato bem hilário se verificou entre um hóspede e o humilde e simplório gerente, em que o cidadão, desses metidos a engraçados e excêntricos por conveniência, faz sua graça a deixar o simpático alemão, pelas aparências, um tanto sem ação.
Numa tarde ao chegarmos ao hotel depois de maravilhoso e deslumbrante passeio às vizinhanças da região, cujas visões nos proporcionaram esplêndido visual daqueles campos de trigais, cevadas, tabaco e outras tantas culturas agrícolas, as quais nunca havíamos imaginado em conhecê-las, nos lançamos sobre os macios , confortáveis e aconchegantes sofás à sala de estar do hotel, onde permanecemos após boa caneca de café oferecida pelo atencioso gerente. Saboreando delicioso café, notamos ao canto da sala, um menino que numa das mesinhas parecia aplicado aos seus estudos, sentado lendo um livro, que por sinal viemos, a saber, ser filho do gerente, no que pese suas poucas semelhanças físicas.
Não demorou o tal hóspede dito como engraçado, ao cruzar a portaria, nota à presença do garoto, e se aproximando depois de dar uma de “engraçadinho” e saber que era o filho do gerente, resolveu não sei porque, expondo um malicioso sorriso, a indagar do simples alemão: -- sendo você um oriundo germânico, como pode seu filho ter esta pele e tez amorenada e não alva como você ?
O homem visivelmente transtornado, sem jeito, talvez querendo levar a indagação ao lado jocoso, ou mesmo a tentar não ser grosseiro dada a picardia que era submetido, o respondeu, entre sorriso forçado, -- É, talvez fosse pelo fato de a mulher não ter o leite a amamenta-lo e a criança utilizou-se de uma caridosa ama de leite negra por mais de um ano. Dai a pele de o garoto sofrer esta transformação pela pigmentação com a tez acaboclada.
De forma maliciosa, meneando a cabeça, sorrindo, acatou a resposta indo rumo a porta, a dizer ao pobre homem, que abrisse os olhos com essas ditas “amas de leite” , pois os alimentos pigmentados, costumam dar “calo na testa” ao dito pai da criança...
Não tardou, logo ao se retirar, coincidência ou não, de olhar perdido à soleira da porta, da meia volta e retorna coçando a testa a indagar se por acaso viu sua mulher sair. O circunspecto empregado, o respondeu que não e de uma maneira até sarcástica, disse que não se ausentou dali desde a hora do almoço. Entretanto, recomendou ao cidadão que desse a chegada ao curral ver se ela participava junto às colegas da ordenha da tarde. O hilário hóspede, fechando a cara, aspirando o ar, retrucou a perguntar qual era a graça, pois não estava entendendo onde queria chegar com a insinuação. O zeloso e respeitoso gerente treplicou, falando que apenas queria orientá-lo de acordo com o que vê e escuta, já que alguns “ordenadores” se dizem seus amigos, Ilustre “Dr. Cornélio”. Sem nada a dizer, franziu o nariz, soltou o ar, passou a mão à testa, deu as costas e saiu porta a fora à procura de sua “vaca”, digo mulher...
Moral da história: Quem com gracejos e picardias costuma ferir, com gracejos e as mesmas picardias serão sempre feridos...
Ah... Estes turistas ditos engraçadinhos quando pelas irreverências se tornam uns inconsequentes, não medindo o alcance dos gracejos proferidos e, são obrigados a engolir o troco, sem que possam externar o quanto de mordidos estão, só nos resta agradecer o presente oferecido pelo momento “lactantemente” pitoresco, o qual saborosamente nos fartamos àquela sala de estar do hotel em Carlos Barbosa no encantador estado do Rio Grande do Sul.
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