Sonho ou pesadelo?
Já ia alta madrugada, e eu ali sobre aquela cama a rolar de um lado ao outro à espera do maldito sono, cujo pensamento a torturar-me com a expectativa de tê-la ao meu lado aquela noite, quando ouço algo que me fez direcionar a cabeça e naturalmente o olhar à direção da porta, embora a escuridão no quarto viesse a dificultar uma possível visão, dada a pequena luminosidade que incidia sobre a vidraça da janela pela incipiente luz urbana projetada sobre parede oposta a cama.
De repente, ouço novo barulho que me pareceu vindo da maçaneta da porta e cuja surpresa tornou-se evidente com a mesma se deslocando vagarosamente a produzir o som característico de dobradiças à falta de lubrificação, como um gemido fosse. Pela silhueta, a princípio me pareceu pertencer de mulher mesmo diante do negrume que envolvia o quarto, a exceção dos resquícios de luminosidade à parede oposta a minha localização. Confesso que mesmos com o coração aos pulos, sob muita tensão e envolvido por uma dramaticidade que me fazia crer pertencer um momento de grande expectativa pelo que passava dentro daquela, por que não, alcova, optei por acender o abajur a procurar pelo interruptor, quando fui seguro pela mão no exato instante que luz acendeu e, eu aparvalhado não vi ninguém e tão pouco a porta mantinha-se aberta a mostrar que ninguém por ali passou.
Um tanto perplexo, sem saber o que havia ocorrido, ergui-me do leito, sentei-me à beira da cama, permaneci de olhos cerrados a evitar forma brusca caminhar, objetivando tomar água, pois a garganta estava seca. Calcei os chinelos dando os passos necessários à direção da cozinha, olhei o relógio que marcava 2,45 hs., onde refeito daquela tensão após ingerir um copo d’água e, retornei ao quarto, visando aquele dito sono reparador, em que talvez uma insônia ou mesmo um sonambulismo fosse o causador daquele quadro assintomático cuja mulher visitante apenas veio como um referencial a possível desejo, cujo sonho ou quem sabe um pesadelo tenha se transformado num momento em que o subconsciente resolveu atropelar o consciente criando essas imagens que muita das vezes nos levam a desiquilíbrios emocionais por acreditarmos no impossível...
Apenas uma silhueta feminina, visitou minha insônia. Nada mais foi do que um momento em que o inconsciente resolveu sobrepujar ao seu irmão consciente...Boa noite, durma bem esperando que tenha bons sonhos...
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