Tal como lá, ali mentir é verdadeiro...
Sem ter o que fazer, tolhidos pela intermitente chuva que caia à região e visando dar rumo à ociosidade, resolvemos mesmo sendo de mau gosto, visitar a Câmara Municipal da cidade, atraídos que fomos pelo estilo secular da arquitetura da edificação, cuja preservação felizmente o deixava bem atraente.
Como turistas e visitantes, tivemos a entrada franca e fomos acompanhados por uma moça a nos ciceronear, onde percorremos as dependências do seu interior, por sinal em excelente estado, não só no tocante a conservação como no acervo das peças centenárias que compunham aquele belo complexo cultural, quando finalmente atingimos ao salão do plenário, onde em sessão ordinária, um dos edis que constatamos ser partidário da situação, discursava inflamado negando sua participação e conhecimento do ato peculatório que envolvia o prefeito e alguns asseclas na compra ilegal de 2.000 salas de milho destinadas , segundo a oposição, a granja da “amante” do prefeito incluída na verba destinada e reservada a merenda escolar das escolas do município.
Entre vários apartes do bloco opositor, o vereador líder ia se defendendo como podia dentro de um discurso arrastado de oratória simplória a tentar convencer aos presentes da sua inocência no peculato. De súbito uma ruidosa manifestação eclodiu pela pequena plateia presente a galeria, e , alguém exaltado gritou, “ Que sempre os primeiros milhos são dos pintos, portanto não havia como negar, sendo ele quem era, ou seja; Zé Pinto dono do abatedouro e um dos “consortes” da cobiçada e fogosa “mulher do homem”.
‘Nervoso e mostrando-se preocupado, Zé Pinto resolveu soltar a franga, se dizendo um “solteirão” e celibatário, e, que não tem e nunca teve intensão ou pretensão, mesmo porque, nada tem a ver com aquele angu, cujo caroço seria por conta do senhor prefeito.
Dizendo-se um correto e honesto cidadão, comparou-se ao deputado federal ACM, (Antônio Carlos Magalhães), a negar o seu envolvimento e, negou em seu nome, ter autorizado a compra do milho e ter visto a Nota Fiscal extraída como fubá de milho e tão pouco tomou conhecimento do ato, a não ser quando seu colega lhe mostrou a xerox da mesma. Portanto, claro, como presidente e líder da mesa diretora em defesa da instituição, procurou preservar o bom nome da casa, achando bem manter o sigilo, não levando a plenário tal ocorrido a fim de evitar a criação de uma CPI. Mesmo sabendo que a granjeira ter revelado a boca pequena, que recebeu ordem dele para aceitar o milho “doado” pelo generoso prefeito.
Moral da história: Tanto ali, como lá, é tudo fubá do mesmo saco...
Ah... Nós turistas quando procuramos preencher uma ociosidade momentânea e recorremos a visitações de patrimônios culturais e nos deparamos diante de espetáculos circenses, --- como da atual CPI das Vacinas —a nos proporcionar momentos mais que humorosos em improvisados picadeiros, somos na verdade uns eternos pitorescos em querer nos “ocultarmos” através dos políticos... Viva nós, pitorescos eleitores deste Brasil que vivemos em eternos picadeiros...
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