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Sexta-feira, 16 de Maio de 2025
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Tal como no presente, o passado se fez presente...

Só tem picareta a enganar .

José Luiz Ayres
Por José Luiz Ayres
Tal como no presente, o passado se fez presente...
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Tal como no presente, o passado se faz presente!

 

Após deixarmos a estação férrea de São Lourenço, onde seu Justino depois de maravilhar-se com a visitação ao belo complexo ferroviário, a falar enaltecendo os empreendedores pela magnífica iniciativa em trazer de volta aos trilhos os trens, que outrora foram marcos no desenvolvimento do país e que hoje em ínfima parcela atende ao turismo a prover um pouco mais de recursos aos privilegiados municípios no oferecimento de passeios, que para aos que viveram e conviveram com as saudosas e lendárias marias-fumaça, possam reviver um pouco de suas histórias e do seu passado.

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Já ao cruzarmos a praça fronteiriça a estação em caminho à sorveteria,

onde o convidei a saborear um sorvete, observei vindo em nosso sentido, uma mulher bem nutrida, de meia idade e que nos aborda apresentando uma surrada receita médica, a nos pedir ajuda na compra da medicação. Olhando-

a, meneei a cabeça negativamente me furtando a colaborar, o que também o fez Justino e seguimos à caminhada expressando certa contrariedade quanto a dar esmolas. Nisso, Justino corroborando com o momento, recordou-se de um episódio ocorrido à estação ferroviária de Araçatuba, SP, quando se iniciou profissionalmente na E. F. Noroeste do Brasil (NOB) como auxiliar na inspetoria de tráfego à sua cidade de Bauru, a percorrer as estações servidas pela companhia.

           

“ Havia em Araçatuba, um casal de ceguinhos, muito conhecido, que estação férrea depois de desembarcar pelo expresso da manhã, saia à direção da cidade, onde dado o conhecimento local, era agraciado com o café matinal à padaria e esmolas que lhes ofereciam os transeuntes, possivelmente penalizados pela deficiência visual, em que o homem portando sua bengala branca movendo-a de um lado para o outro, conduzia sua companheira a qual tinha sua mão sobreposta ao seu ombro a guiá-la na caminhada. No início da tarde, com o almoço oferecido pelo restaurante à praça, o casal retornava a estação onde permanecia a esmolar junto aos que ali acessavam, no intuito de seguir no expresso das 16 hs ao seu destino até então nunca por alguém conhecido.

 

Certa vez, quando efetuava a inspeção na estação, soube através do chefe, que  aquele casal de ceguinhos, cujo viver era graças às esmolas ofertadas pelas pessoas, que sensibilizadas diante da triste deficiência lhe concediam. Àquela tarde, porém, fora desmascarado ao ser reconhecido por um passageiro que se encontrava embarcado num trem que ali se chegou e pela janela comunicou a um agente que os farsantes eram pessoas bem sucedidas à cidade em que viviam. Proprietários, ele, de uma fazendola produtiva onde criava gados e na venda de leite entre os produtos comercializados; ela, uma viúva dona de duas casas alugadas a viver de renda. E o mais repugnante e sórdido, é que não possuíam qualquer deficiência física e muito menos cega como em Araçatuba passaram a ser vistos, tal teatralidade com que executavam suas práticas enganosas; há mais de dois anos, a envolver as bondosas e generosas pessoas, inclusive o pessoal da ferrovia NOB na gratuidade das passagens com passe livre às estações servidas, já que lhes foram concedidos um passe-livre-permanente individual a cada deficiente.

 

Com a partida do trem, o agente que obteve a informação daquele passageiro, levou ao conhecimento do chefe da estação a farsa, que de momento não acreditou. Estupefato, dirigiu-se até ao casal de “cegos” no propósito de se certificar se de fato tinha fundamento tal revelação, pois nunca poderia supor que aquele casal tão humilde fosse farsante. À presença do casal, o chefe se interfere numa esmola que ia sendo dada; sob certo espanto de quem dava, devolvendo-a ao generoso doador, quando o “ceguinho” assustado, elevando os seus óculos escuros, indaga o porquê da atitude em devolver o óbolo.

 

Indignado pela reação do “cego”, pediu que os dois o acompanhassem a sua sala. A mulher ao sentir a imposição, tentou se escapulir, no que foi contida. Já à sala, lhes foram pedidos os passes-livres-permanentes, onde sobre protestos se negaram entregar. Porém, ao ser dito que a polícia seria chamada, cederam, passando às mãos do chefe. Depois de um sermão bem aplicado, sem que nada dissessem durante as duras e contundentes palavras, em que cabisbaixos acatavam a repreensão, lhes foram solicitados a pagar as passagens de retorno a sua cidade e não mais retornassem a Araçatuba sob pena de os entregá-los à polícia, mesmo que houvessem pagado seus bilhetes.

Por volta de 16 hs, deixaram a sala da chefia e depois de adquirirem as passagens; com a chegada do expresso, foram conduzidos ao vagão determinado (2ª classe) onde partiram e nunca mais foram vistos por aquelas bandas a explorar a boa-fé das pessoas pela fraudulenta deficiência visual, a deixar o legado de que no passado como no presente, as “armações” por farsantes estarão sempre a existir!”

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